terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Detalhes

Ainda não consegui entender como as pessoas não notam a lua perfeita que tem lá fora!!!

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

1987


No ano em que o Grêmio foi Tricampeão Gaúcho, que o Flamengo foi Tetracampeão brasileiro, que o Cazuza lançou seu segundo disco “Só Se For A Dois”, mais precisamente, no dia vinte e quatro de setembro do mesmo ano, nascia, em Rosário do Sul, um guri. Mais uma criança no mundo. Mais uma vida.

Tudo começou nos dez últimos dias de janeiro do mesmo ano. Não sei bem como foi, mas imagino que tenha sido com um beijo despretensioso, um carinho, um abraço ou, quem sabe, com um jantar a dois ou à luz de velas. Nesse dia, que não sei bem qual foi, minha vida era consumada.

Não lembro de como nasci, mas sei que foi uma festa dentro do hospital. Chuteira velha, surrada pelos maus tratos e pelo tempo, pendurada na porta do quarto da maternidade, charutos para os homens, choros de emoção, champanhe para todo mundo, do provedor aos encarregados da limpeza do hospital. Meus pais, parentes e amigos fizeram a verdadeira festa.

No mesmo dia, um ano depois, o salão de festas do antigo INPS da cidade estava todo decorado com motivos infantis. Era meu primeiro aniversário. Todos meus parentes e amigos dos meus pais estavam presentes. Não sei qual foi o prato servido e nem se tinha bebidas. Pelas fotos, fico sabendo de algumas coisas.

Minha vida se iniciava em uma família que, se voltasse no tempo, nasceria na mesma. Meus pais tão carinhosos, minhas irmãs querendo meu bem. Minhas tias tão amáveis, meus tios tão amigos. Meus primos companheiros e minhas primas confidentes. Tudo era e é perfeito.

Nem vou entrar no assunto da inocência que crianças têm ao iniciarem suas vidas, pois me tornaria clichê, porque é óbvio que crianças são inocentes e acham que sabem tudo da vida. Hoje, ainda, não sei o que é a vida, imagina naquele tempo!? Só sei que estou aqui agora... Vinte e dois anos mais tarde escrevendo sobre a minha vida, mas querendo falar sobre meus pais.

Sempre fui desejado pelos meus pais, principalmente, pelo meu pai. Fiquei sabendo, há pouco, que dei um pouco de trabalho para minha mãe durante a gestação. Dei riscos à ela e a mim mesmo. Poderia não ter nascido, mas estou aqui e aqui ficarei por um bom tempo.

Minha infância... Lembro das pescarias com meu pai, tios e primos. Sempre andei grudado ao meu pai. Aonde ele ia, eu ia atrás. Certa vez (risos), ele foi viajar a trabalho e, como não nos separávamos por nada, entrei em desespero quando a noite caiu e não tinha a presença dele em casa. Lembro que peguei uma bermuda dele e me abracei nela chorando e pedindo que voltasse logo. Devia ter uns cinco anos de idade. Era uma bermuda azul com um cinto azul e vermelho.

Também, lembro que no colégio, toda a vez que recebia bilhetes das professoras avisando os meus pais que não copiava em aula e que ficava conversando e/ou brincando, escrevia logo abaixo do bilhete da professora “eu te amo, mamãe.” Era a minha tática para não apanhar ou ficar de castigo. Não dava muito certo, pois sempre ficava de castigo. Nunca apanhei. Talvez eu preferisse para me livrar da pena para poder ir brincar com as crianças da minha quadra.

Quando estava na segunda série, minha mãe teve um derrame cerebral. Não entendia direito o verdadeiro motivo de ela ter sido hospitalizada, mas fiquei muito triste. Lembro que o Grêmio tinha sido campeão em algum campeonato e ela não estava em casa para comemorar conosco, então, fui para a cozinha chorar a falta dela. Um dia, quando ela estava doente, na sala de aula, a professora estava passando a matéria no quadro e eu não conseguia copiar... Fui até ela e disse, chorando, que não conseguia copiar porque estava preocupado com minha mãe.

No ano de dois mil e um, me formei no ensino fundamental. Fui o orador da turma. Escrevi um texto para ler, não lembro direito como ficou, mas acabei lendo um que meu pai escreveu. Sei que ficou bom porque a mãe do Júnior, um ex-colega meu, não parou de chorar um minuto (risos). Na entrega dos canudos eu estava feliz e um pouco nervoso... Depois disso, me bateu uma profunda tristeza. Pensava: e agora? O que vai ser de mim? Quando a formatura terminou corri pros braços do meu pai e desabei chorando. Sempre fui de chorar... Sentimental.

Em dois mil e quatro me formei no ensino médio. Dessa vez não fui o orador. Perdi a eleição por alguns votos de diferença. Não chorei, ao contrário, eu só ria. Acho que no baile dessa formatura eu tomei o meu primeiro porre. Me diverti muito e tenho saudade daquele tempo. Amigos unidos, sonhos para o futuro e, mais uma vez, a vida que eu desconhecia. Meus pais foram à formatura, mas não para o baile. Ainda bem, pois bebi muito e, naquela época, fumava escondido (risos).

Alguns meses depois entrei em depressão. Mudei de cidade e larguei os braços do meu pai que me protegiam e as mãos da minha mãe que me faziam carinho quando estava triste ou carente. Fui morar com a minha irmã. Estava tentando entrar para a universidade. Acho que nunca chorei tanto como no ano de dois mil e cinco. Fiz bastante festa, também, com meu primo. Mas, apesar disso, sentia que faltava o abraço e o conforto que os meus pais me traziam. Faltavam os meus amigos que havia deixado em Rosário, sentia falta da minha casa. E, mais uma vez, sabia que pouco conhecia da vida.

Dois anos depois, meus pais se mudaram para a cidade onde morava e moro até hoje, Rio Grande. Logo mais tarde, minhas duas irmãs também vieram para cá. Pronto! Família reunida e amor para dar e vender. Estava protegido do mundo, aliás, dos males do mundo. Tinha, de novo, os braços, que me traziam proteção, do meu pai e as mãos e palavras carinhosas da minha mãe.

E cá estou.... Escrevendo sobre a minha vida com uma mensagem subliminar muito importante. Talvez eu não seja o filho que meu pai sempre sonhou. Talvez não seja o filho que minha mãe quis que eu fosse, mas aqui estou e aqui sou. Convicto dos meus sonhos, da minha vida e dos meus amores: por eles, por mim e por minha vida, que abrange afetividade, amizade e profissão.

Tenho em mente realizar muitas coisas: ter filhos (as), ter uma boa vida profissional e financeira. Levar uma vida sossegada, aprendendo sempre com ela, não desanimando no primeiro obstáculo que me é imposto. Se eu tenho modelos a seguir? Óbvio! Sigo minha vida tentando ser idêntico aos meus pais. Meu pai por sua honestidade e integridade. Talvez, por isso, por não saber ser malicioso e/ou maldoso, ele tenha “apanhado” da vida, mas me orgulho do Seu Elinton, sempre tentando ser o melhor e trazer o melhor para mim, para nossa família. Minha mãe por seu caráter, assim como meu pai, honesta, sensata, por seu carinho, por sua exatidão nas palavras, por seu amor para com os outros, por sua solidariedade.

Não sei se consigo ser igual a eles, mas, se conseguir serei uma pessoa feliz e em paz comigo mesmo, pois serei, a melhor pessoa do mundo. Sem humildade nenhuma, posso dizer que se sou o homem, o grande homem que hoje está aqui, em paz, feliz, enfim, agradeço à Dona Leda e ao Seu Elinton, que me ensinaram o que é a vida e o que esperar dela. Fazer o bem a todos sem esperar nada em troca não foi a Bíblia ou o filósofo que me disse... Meus pais foram os responsáveis.

Por isso, agradeço, todos os dias, por tê-los comigo. Talvez, não consiga me expressar melhor de uma forma mais carinhosa no dia a dia. Devo isso à falta de tempo e, quem sabe, ao meu próprio egoísmo de tentar abraçar amigos, família, festas, amores, rua, enfim, tudo ao mesmo tempo e o dia tem apenas vinte e quatro horas. Mas, de qualquer forma, estou sempre por perto, mesmo estando na casa de um amigo ou amiga ou numa boate ou até mesmo em outra cidade. Mas, o importante é que os amo imensamente. Se desse para medir não haveria espaço no universo para mostrar o quanto é grande o meu amor.

Só as palavras podem mostrar, explicar, expressar o quanto existe de amor dentro de mim por meus guias... Por meus horizontes... Por vocês: pai e mãe.

Manual Para A Felicidade



De manhã:

Depois de ter dormido abraçado (a) com ela (e) e depois, também que seus olhos se abrirem e você se dar conta de que está no lugar onde está – isto é porque muita gente ao se acordar precisa se auto-afirmar que está em casa ou em qualquer outro lugar, não sei o motivo, mas seria, no mínimo, angustiante se acordar e não saber onde está – olhe para a pessoa – usarei pessoa nesta crônica para não ficar escrevendo “ela” e “ele” a toda hora, ok? – e se ela estiver dormindo, chegue bem perto e lhe diga sussurrando: “eu te amo”. Com certeza depois disso o bom humor tomará conta da casa ou do lugar que seja.

Também, há uma outra hipótese, depois de abrir os olhos e saber onde você está no exato momento em que seus olhos abriram você pode olhar para a pessoa e se certificar de que ela está dormindo. Se estiver, você pode ir à cozinha e preparar um café da manhã bem gostoso com frutas, café, leite e suco, algumas bolachas, pão e margarina e alguma geléia se tiver. Agora, se não tiver nada disso, pode ser um café com alguma bolacha salgada. O que vale é a intenção de tentar agradar. Depois de um café, farto ou pobre, o bom humor imperará. Ah! Importante: diga a qualquer momento, depois que a pessoa se acordou que a ama.

Ou se você trabalha e a pessoa que amas não, antes de sair de casa deite ao seu lado, se ela ficou dormindo, lhe dê alguns beijos e diga que lhe ama, talvez ela não se lembre, por estar dormindo, mas não custa nada. Diga que na hora do almoço, talvez, esteja retornando ou em qualquer hora que seja. Faça carinhos nos seus cabelos ou na parte do corpo que achar mais conveniente. Todos nós adoramos receber carinho e porque não fazer carinho?

Por fim, se os dois trabalham, ao saírem de casa pode muito bem haver um beijo quente, de língua, para reafirmar o desejo e a paixão. Se algum dos dois depende de carona, ao chegar ao trabalho de um, diga que o amor existe. Com certeza depois disso os dois trabalharão melhor e com muito bom humor, pois sabem que ao retornar para a casa haverá alguém para dividir sua vida, seu tempo e que há amor, acima de tudo.

De tarde:

Se os dois levantaram cedo para dar uma boa caminhada ou corrida, depois do almoço, depois daquele gostoso almoço cheio de conversas prazerosas e agradáveis entre duas pessoas que se amam. A troca de problemas e de possíveis soluções para os mesmos. O aprendizado que fica entre os dois. O amor de boca cheia a cada garfada. Se, depois desse almoço, os dois acordaram cedo, cabe, muito bem, uma sesteada de algumas horas – não muitas. O abraço enquanto dormem e algumas palavras de carinho.

Se, algum dos dois trabalham, tente, pelo menos, você que trabalha, entrar em contato com a pessoa que deixaste em casa dormindo ou seja lá como ficou, para reafirmar seu amor, seu carinho, sua paixão. Não precisa ligar para dizer bobagem com voz de retardado – sim, porque a maioria dos casais faz vozes retardadas para falar no telefone e inventam apelidos ridículos, como “cachorrinho”, “mozão”, “more”, enfim – não é necessário essa cena ridícula. Poupe os seus colegas de repartição de verem essa cena decadente e engraçada que fará com que você seja o motivo do deboche durante alguns meses senão durante toda sua vida funcional. Ligue e diga alguma coisa... Diga que está cansado, que precisa de massagem, que está com vontade de assistir um filme quando chegar, enfim, e depois disso, diga que ama.

Agora, se os dois trabalham e nenhum dos dois têm como entrar em contato por telefone, por e-mail, enfim, por qualquer meio de comunicação moderno, tente antes de sair de casa traçar alguns planos, como filmes, passar na casa da sogra, caminhar em algum lugar, ir ao cinema ou, simplesmente, pegar a pessoa n serviço para voltarem juntos para casa. Importante: assim que a pessoa, tanto ele quanto ela, entrar no carro, lhe dê um beijo e diga que ama e depois pergunte como foi o dia e etc. Se há tempo no meio do expediente para entrar em contato para fazer isso: perguntar como está sendo o dia, quais são os planos para logo a noite, enfim, perfeito! Depois é só parir para o abraço. Não esqueça, no meio do telefonema, de dizer que ama.

De Noite:

Se vocês não fazem nada, assistam televisão juntos, façam programas juntos. Bebam alguma coisa com álcool antes do jantar. Visitem algum amigo ou até mesmo o Jornal Nacional fica melhor com os dois um do lado do outro. No meio de uma notícia a outra diga que ama e, para melhorar, abrace ou faça carinho. Se houver beijo é melhor ainda. Depois, o jantar, a sobremesa, cigarro – se fumantes – as últimas considerações e o sexo. Juras de amor eterno, mas juras. Amor... Ame!

Se só você trabalha, é importante chegar em casa e dizer: “amor, cheguei”. Não por suspeitar que haja alguma surpresa desagradável o esperando no quarto, não é isso... É apenas para reafirmar que a (o) ama e que espera um beijo com saudade. Depois disso, seria bacana uma bebida: chimarrão, cerveja, whisky, Martini, enfim, uma bebida em geral. Um DVD rolando ou um CD, apenas e as conversas sobre os seus dias, suas rotinas. Uma pizza encomendada ou um jantar preparado ou, até mesmo, um café com pães e frios. Sobremesa, se houver, cigarro - se fumantes. Últimas considerações. Sexo... Amor... Ame.

Com os dois trabalhando a situação fica mais difícil, pois a troca de informação é muito grande e um quer contar do seu dia para o outro ou um pode estar com mau humor e enquanto isso o outro tagarela ao seu lado sobre sua rotina. Ou, também, quando os dois se encontram os carinhos rolem soltos e os beijos quentes pegam fogo. Alguma bebida antes do jantar. Sobremesa há... Cigarro – se fumantes. Sexo. Amor... Ame.

Nunca perderá nada se disser que ame em qualquer situação do dia e se possível lembre a outra pessoa que a ama. Isso fará com que ela se sinta mais segura a cada dia. Não fique pensando que estará vulnerável à ela... O relacionamento não é um jogo e tem de haver maturidade.

Agora, se você foi sozinho e não tiver ninguém para compartilhar momentos como esses que narrei nessa crônica... Só há uma coisa para lhe falar: “é impossível ser feliz sozinho!”

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Viver e Morrer

Pensando bem na vida e o que a separa entre estar bem e estar mal, concluí que a vida é simplesmente dois verbos. Vivemos todos os dias e morremos em todos eles, também. Vivemos com a esperança abraçada em nosso corpo querendo – desesperadamente – nos largar para podermos dizer: “que bom. Aconteceu!”

Morremos todos os dias quando deixamos de fazer algo que gostaríamos e, assim como a morte, o tempo não volta atrás. É como se morrêssemos para aquilo que não foi feito. Arrepender-se é morrer. O tempo não volta. A morte não tem explicação – só acredito que existe vida após a morte depois que eu voltar quando morrer.

Vivemos todos os dias com um sorriso aberto todos os dias em que nos dão carinho. Vivemos todos os dias quando estamos nos braços de quem queremos estar e é melhor ainda quando é recíproco. Um beijo, um sorriso, um abraço, uma palavra.

Por isso, existe, em nossas vidas, uma linha muito fininha, quase transparente, quase clandestina, quase mentirosa, quase despercebida: o viver e o morrer. Uma linha que separa esses dois verbos. Podemos morrer quando quisermos. É só deixarmos isso acontecer. Como? Deixando de fazer, de rir, de sorrir, de aproveitar, mas principalmente, de amar.

Ao mesmo tempo, podemos viver todos os dias. Como? Fazendo tudo o que vem em nossas cabeças – claro que não agiremos prejudicando os outros, óbvio. “Viver é melhor que sonhar”, como diz a música “Como Nossos Pais”, mas sonhar faz parte da vida e se isso fizer com que você viva mais... Sonhe! Sonhe aquele sonho impossível, mas não se acomode em sonhos. Seria bem melhor se pudesse realizá-los, não é?

Morremos todos os dias quando lemos nos jornais que o Brasil está mal cuidado, que nossos jovens estão abreviando as suas vidas, que os nossos idosos estão morrendo na fila do SUS ou esperando a tão sonhada aposentadoria do INSS, sistema previdenciário falido e rico do Brasil. Morremos todos os dias quando nos damos conta de que mais um dia passou.

Vivemos todos os dias quando conseguimos driblar uma tristeza, quando nos tornamos fortes para enfrentar uma doença ou nós mesmos – nossos medos, nossos orgulhos. Quando nos sentimos aliviados de alguma situação que estava nos causando uma morte. Vivemos, também, quando encontramos um amigo que há tempos não víamos e aí acontece aquele encontro caloroso, cheio de saudades e de histórias para relembrar e rir.

Morremos quando nos decepcionamos com as pessoas ou com qualquer outra coisa que estávamos esperando justamente o contrário. Morremos quando o que acontece não está ao nosso alcance e nos sentimos um “nada”, um “ninguém”. Também, quando a decisão que tomamos está, ainda, incerta e a insegurança chega para atormentarmos-nos.

Vivemos quando ouvimos músicas boas, do nosso gosto – MPB é o meu. Morremos quando estamos sós e quem queremos não está. Vivemos quando esse alguém chega cheio de assunto para contar. Morremos quando alguém morre. Vivemos quando alguém nasce. Morremos quando nosso amor acaba ou quando ele acaba conosco. Morremos quando deixamos que o fato de não estarmos com quem queremos nos abala a ponto de fugir da vida. Vivemos quando um novo amor bate à porta e pede para entrar. Vivemos quando beijamos uma paixão. Vivemos quando abraçamos um amor. Morremos quando queremos. Vivemos sempre que nós mesmos nos deixamos viver.

Vivemos quando não temos a vergonha de sermos felizes. Vivemos com um copo de cerveja na mão, em um bar com amigos e um cigarro para tragar. Vivemos contando nossas rotinas às pessoas em quem confiamos e nossos amores aos confidentes. Vivemos quando a paixão chega. Vivemos quando ouvimos o que desejamos ouvir – ao pé do ouvido.

Morremos quando um amor se despede. Morremos quando nos despedimos de um amor. Morremos quando o tédio toma conta. Morremos quando a amizade acaba ou quando ela nunca existiu. Também, quando acabamos caindo na grande ilusão ou quando investimos muito em algo que não merecia – ou alguém.

Vivemos esperando um grande amor e até encontrá-lo muitas mortes virão e muitas vidas chegarão. Estou vivendo e não vou morrer tão cedo – pelo menos do que depender de mim. Vivemos quando as bocas se tocam, as mãos se seguram, os corpos se atritam, as falas acabam e os olhos gritam.

Enfim, vivemos quando estamos aí para viver. Morremos quando queremos. Viver e morrer: uma linha clandestina e sem vergonha separam dois verbos fundamentais, que estão presentes em nossos cotidianos, em nossa vidas, sempre!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

...

Feliz e em PAZ.

Sem dor, nem culpa.

Sem romantismo, nem praticidade.

Feliz por me sentir bem.

Em Paz por estar de bem com a vida.

Matheus: porque aqui estou.

domingo, 30 de agosto de 2009

RED


De repente a mão começa a acariciar uma região mais sensível do corpo e os beijos tendem a demonstrar o desejo de possuir a pessoa em um lugar onde possam ficar a sós. A língua explora um pescoço assanhado que se dobra, abrindo mais espaço para a sensação de prazer. Boca beijando um pescoço. Suspiros de tesão tomam conta do momento e nada faz sentido – e também não tem sentido algo fazer sentido neste momento.

Agora, a boca beija a boca de novo em movimentos mais rápidos e demonstrando cada vez mais explicitamente desejo, o tesão. As mãos estão explorando o espaço quase que inteiro do corpo, provocando arrepios e gemidos mais fortes. Os olhos não se abrem. Os movimentos avançam automaticamente pelo corpo denotando o apetite sexual dos dois.

As roupas tendem ao estorvo, pois naquela hora os dois não queriam estar vestindo nada além da capa de prazer que os cercavam. Mas, não era o momento para tirá-las e nem o lugar ideal. O legítimo “amasso” estava acontecendo e nada, nem ninguém poderia acabar com aquele momento. Ela o segurava de um jeito possessivo e ele explorava cada vez mais seu corpo pequeno – menor que o dele – com suas mãos.

Então, numa atitude de completo desejo, ele começa a arranhar as costas dela e os gemidos continuam. Ele se ajoelha e beija sua barriga, sua cintura, roça a barba na pele sensível da mulher que gemia de prazer e de tesão. Ironias surgem – te odeio – obviamente que tudo é mentira. Eles se adoram ou, pelo menos, estavam se adorando naquele momento.

Eles se separam. Ele vai até a cozinha pegar um copo d’água para repor o fôlego. Aproveita a separação e acende um cigarro. Ela deita no sofá de olhos fechados, talvez, o esperando, talvez, descansando, porém, creio na idéia de que ela estava esperando os beijos recomeçarem. O que não tarda a acontecer.

De repente, com a cama pronta os dois vão se deitar. Despidos de qualquer roupa e pudor e com os beijos cada vez mais ardentes, o suor aparece nos corpos ardentes e sedentos por sexo. A exploração sexual já tem novos aliados, pois antes eram as mãos que o faziam, agora, a boca realiza esta tarefa.

Os corpos em atrito. A boca na boca. A boca... Os gemidos. As arranhadas. As posições. O sexo. As pessoas. As brincadeiras no meio do ato, fazendo os dois rir. Os olhos se olhando fixamente. O cheiro toma conta do espaço, que não é grande. Não houve gritos, nem movimentos fortes, pois a cama fazia barulho. As risadas fazem parte do contexto. Os dois são divertidos até mesmo na hora do sexo

E foi quando tudo terminou. As posições. Os gemidos. O atrito. Os movimentos. Os arranhões. Os dois se deitam na cama, no leito do prazer, no lugar onde o sexo dos dois foi libertado por numa atitude recíproca de desejo. Desejo do corpo em cima do outro. Desejo da carne.

Ela se vira de costas e ele se encaixa, tentando dormir abraçado, mas o calor dos corpos, ainda, suados e do quarto não deixava que isso acontecesse. O romantismo dos dois era notável naquele momento, mesmo não estando abraçados. E foi, então, que o dia mostrou seus primeiros raios de sol. E foi assim naquela noite. Na noite dos dois.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Rapidinha II

Será que o Eduardo Suplicy, realmente, quebrou uma regra do Senado por trocar seu discurso já preparado por cobranças de explicações ao Senador José Sarney?? Diz o bigodudo, que imita o Olívio Dutra - aliás a única diferença física entre Olívio Dutra e José Sarney é que Sarney tem a cabeça chata, podendo descansar um copo em sua cabeça - que sim, que Suplicy quebrou uma regra do Senado.

Ora, quanta bobagem esses políticos discutem. Se Eduardo Suplicy quebrou regra, o quê o Sarney fez? Além do mais, e os outros que cometeram crimes de corrupção? Aff!

Realmente, quebrar regras é trocar discurso, roubar não... É COSTUME!

Brasil de inocentes? Não conheço este país!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Dúvida


De quê me adianta ter esperanças,
Se quando eu quero nada acontece?
De quê me adianta ter fé,
Se rezo, agradeço e peço a Deus todos os dias e ele se nega a me atender?
De quê me adianta ser filho da santa?
Talvez fosse melhor ser filho da outra.
De quê me adianta acreditar num mundo melhor,
Se sou acomodado?
De quê me adianta ter amigos,
Se quando eu não quero acabo sempre sendo criticado?
De quê me adianta ser sincero,
Se acabo sempre sozinho?
De quê me adianta ser romântico,
Se os bonzinhos sempre se f...?
De quê me adianta falar,
Se no olhar eu já falo tudo o que tenho a dizer?
De quê me adianta brigar,
Se com diplomacia tudo posso conseguir?
De quê me adianta estar com sono,
Se na noite tudo acontece?
De quê me adianta estar acordado,
Se estou sozinho?
De quê me adianta estudar,
Se o nosso Presidente não estudou?
De quê me adianta ter religião,
Se nada está provado?
De quê me adianta amar as pessoas,
Se um dia elas vão morrer?
De quê me adianta ter sonhos,
Se não posso realizá-los agora?
De quê me adianta sofrer,
Se tudo é... E pronto!
De quê me adianta resgatar o passado,
Se já passou?
De quê me adianta apaixonar-me,
Se um dia tudo acaba?
De quê me adianta o carnaval,
Se na quarta – feira tudo volta ao normal?
De quê me adianta os cabelos,
Se posso ficar careca?
De quê me adianta a pele,
Se vou apodrecer?
De quê me adianta os olhos,
Se muitas coisas não posso ver?
De quê me adianta a boca,
Se a tua boca não posso beijar?
De quê me adianta a inteligência,
Se tenho de calar-me várias vezes?
De quê me adianta a revolta,
Se faço parte do sistema?
De quê me adianta um sistema,
Se está falido?
De quê me adianta chorar,
Se o que está consumado, assim, ficará?
De quê me adianta rir,
Se não será, assim, para sempre?
De quê me adianta a comédia,
Se a vida é um drama?
De quê me adianta o sexo,
Se quem eu quero comer nunca me daria?
De quê me adianta o erotismo,
Se não tenho ninguém, agora, para tocar?
De quê me adianta estar namorando,
Se sou inconstante?
De quê me adianta estar solteiro,
Se sou inconstante?
De quê me adianta cheirar,
Se o teu cheiro eu não sinto?
De quê me adianta te chamar,
Se tu não vens?
De quê me adianta a saudade,
Se ela só me faz sofrer?
De quê me adianta beber,
Se o problema continuará de qualquer forma?
De quê me adianta fumar,
Se causa doenças?
De quê me adianta ser assim,
Se, às vezes, não consigo ser eu mesmo?
De quê me adianta escrever,
Se ninguém entenderá?
De quê me adianta fazer entender-me,
Se não poderão ajudar-me?

"Acusada" de Morte


Era uma noite agradável de junho. Não estava frio, porém a lareira do prostíbulo estava com o fogo aceso, fazendo com o que seus clientes se sentissem mais quentes do que já estavam. Mulheres bonitas desfilavam no salão da casa com roupas íntimas e gargalhavam entre cachimbadas de homens poderosos e outros nem tanto.

Alguns “amigos” da dona da casa noturna jogavam roletas, outros pôquer e outros apenas bebiam com suas acompanhantes do prazer. O coronel Inocêncio Machado chegou ao local por volta das 23 horas e procurou sua amiga de infância, Nara Silva, dona da casa. Para ele, foi separada a melhor dançarina e menina mais nova. Ninguém a tinha “traçado” ainda. Ela era a virgenzinha do prazer.

Silvana Canabarro usaria nome falso para seduzir os homens que iriam procurá-la. Uma menina de vinte e quatro anos, com uma boa família, porém, não aceitavam seu romance com um pedreiro que estava fazendo obras em sua casa. Para atingir seus pais de uma maneira com que eles ficassem desolados, ela decidiu se prostituir e foi procurar a Dona Nara.

A cafetina deu abrigo, comida, roupas e um anel de ouro, para a menina poder fazer charme para outros homens e com isso ganhar mais presentes, fazendo uma espécie de ciúme e intriga de um para outro. “Jogo de quem está no ramo há muito tempo”, dizia Dona Nara à menina. Sua protetora e, desde já, fiel empresária, a disse que lhe apresentaria somente para um homem que considerava amigo, este, logo, era o Coronel Inocêncio.

_ Coronel, que bons ventos o trazem? Diz Nara.
_ Uma boa briga com a patroa, responde o Coronel. Um homem sisudo, com bigode. Aposentado do exército, gasta seu dinheiro com mulheres da casa de Dona Nara.
_ Então, para alegrar-se um pouco, vou lhe apresentar a menina mais nova da casa e, a meu ver, a melhor.
_ “Vamo” lá Narinha! Quero ter prazer essa noite, já que lá em casa o único que tenho é quando estou longe, mesmo. Ironiza o Coronel.
_ Coronel, esta é Alzira Safadinha. Dizia Nara ao Coronel, apresentando a menina, recém chegada.
_ Muito prazer, Alzira! Sabe... Venho aqui há anos, sem ninguém saber, óbvio, e nunca vi ninguém com sua beleza e carisma.
_ Muito obrigada, Coronel.
_ Bom, vou deixar os pombinhos conversarem uns minutos a sós. Quer beber alguma coisa Coronel? Posso pedir para o garçom servir duas doses de seu whisky favorito?
_ Claro, Narinha! Pode sim, mas não quero duas doses... Quero três, duas em um copo e uma em outro. Meu bebê não pode beber muito essa noite. Ele tem que tomar mamadeira antes de dormir e criança que bebe muito faz xixi na cama, não é mesmo, gracinha? Dizia o Coronel, fazendo referência á menina e a acariciando a bochecha, como as avós fazem nas crianças.

Durante algumas horas, o coronel acariciou a mocinha. Mexeu nos cabelos, acariciou o rosto, apalpou suas coxas, alisou suas costas, tocou na barriga dela e cada vez que o coronel fazia isso, a cada território no corpo da menina que era explorado, o velho, com seus sessenta e oito anos, ficava mais animado e excitado. Ele fazia o tipo sem vergonha. Sua esposa sabia de suas traições, mas não falava nada contra, pois necessitava de seu dinheiro, já que seus pais, irmão e todo mundo da família dela já havia falecido.

Enquanto sua esposa telefonava para o celular do esposo, supostamente, desaparecido, ele caía na gandaia, tomando doses e mais doses de whisky dezoito anos e o mais caro que a Dona Nara poderia oferecer. Já havia dado duzentos reais à sua menina e mais cem reais à dona da casa por ter apresentado a menina para ele. Também, prometeu jóias e mais jóias à Alzira Safadinha.

Era duas horas da manhã e o Coronel, cheio de pose, já estava bêbado. Suas guardas estavam baixas e qualquer pessoa com maldade poderia lhe tirar algum “dim dim”. Apesar de ele estar quase “pedindo para sair” o velho não parava de beber. A moça não bebia mais, segundo ela, duas doses são mais que suficiente.

Algum tempo depois, o Coronel, cambaleando, foi ao banheiro com uns remedinhos na mão e um copo de whisky na outra. Depois de meia hora o Seu Inocêncio volta ao salão e diz para a moça que está na hora deles ficarem a sós para terem um contato mais quente. A moça não gostou da idéia, mas pensou que era só abrir as pernas e fingir um orgasmo de prazer.

Ela entra no quarto e deita na cama, enquanto ele fecha a porta e tenta, desesperadamente, tirar a roupa. Mesmo depois de certo tempo, o Coronel continuava bêbado. Inocêncio, sem roupa, mostrando sua barriga em estado deplorável, e a cicatriz de uma cirurgia de apêndice, se deita na cama e começa a bagunça carnal.

Pernas peludas de um lado, pernas lisas e delicadas por outro. Mãos grosas em uma parte do corpo, mãos delicadas em outro. Gemidos grossos e em tons graves. Gemidos finos, delicados e agudos, claro, esses eram dela, ou seja, tudo mentira. Ela estava odiando fazer sexo com aquele velho. O hálito desagradável de álcool de Inocêncio espalhou-se por todo o quarto, em menos de cinco minutos. Ele tomou a iniciativa sempre. Não a deixou ser dominadora.

O velho fazia força com seus movimentos sexuais, até porque, a menina tinha “pique”, diferente do Coronel aposentado e cheio de medalhas. Porém, mesmo assim, o velho não se deixava abater e fazia o melhor que podia, quando, de repente, o velho cai por cima da menina. Achando que ele teria terminado com a “festinha”, a menina tentou “acorda-lo”, porém, após alguns minutos ela se deu conta de que o velho estava morto. Gritando, então, Alzira Safadinha pede socorro. Suas colegas e a própria dona do prostíbulo batem na porta do quarto.

Alzira atendeu com uma cara de espanto e sai gritando pelo corredor: _O Coronel morreu! O Coronel morreu! Pronto! A cagada estava feita. Dona Nara telefonou para o hospital mais próximo para providenciar a ambulância para levar o corpo. Enquanto a dona da casa providenciava esses assuntos, as meninas apavoradas foram ao quarto velar o corpo. Em questão de minutos, encheram a cama em que ele estava deitado de flores. Viraram o defunto para que ele fique com a barriga para cima.

O problema de o morto ficar de barriga para cima, é que ele, minutos antes de morrer, tomara Viagra, o comprimido da felicidade, que no caso do Coronel se tornou eterna. Então, como deixar um cadáver, de barriga para cima, pelado e com uma “vela” acesa? Não podia.

A ambulância demorava a chegar e as meninas com um terço, rezavam, ajoelhadas ao lado da cama em que tudo aconteceu. Alzira estava na cozinha, chorando, desolada. Sentia-se culpada pelo que acontecera. De repente, a ambulância chega. Carrega o morto e o leva ao hospital, acabando com aquela noite inesquecível para Alzira e todas as outras meninas da casa.

Depois disso, Alzira voltou a usar seu nome e retornou à sua casa para ter uma vida feliz e agradável. Sem coronéis. Sem cafetinas. Apenas, com sua família que lia no jornal local a morte do Coronel Inocêncio e comentava: _”Que horror! Quem deve ter sido a sem vergonha que matou o Coronel? Coitado! Tão bonzinho!”

domingo, 2 de agosto de 2009

Ornella


Ornella que encanta. Como Ornella, só ela.
Ornella que vai pra janela
Esperar flores de alguém,
Mas que esse alguém seja como ela.

Ornella, apaixonada, intensa, viva!
Uma menina com alma de mulher e corpo de mar.
Uma mulher amante a amada.
Alguém que sai á rua e sente o cheiro doce do ar.

Ornella que desce as ruelas da cidade
E pensa pensamentos românticos
Com clareza e realidade
Uma mulher sem exigir luxo e esbanjando simplicidade.

Ornella: romântica;
Ornella: querida;
Ornella, que não pensa na semântica das palavras,
Mas apenas sabe que a vida tem de ser vivida.

Amante, mulher, apaixonante ser.
Amada menina, cúmplice de um amor exuberante.
Raivosa, ser humano, que erra e aprende, errando, a viver.
Ornella: linda, sincera, honesta, elegante.

Ornella: uma amiga.
Ornella: uma esposa;
Ornella, que rima com ela, janela,
Aquela, passarela, aquarela.

Aquarela de cores, de flores e de dores.
Aquarela de sentimentos, paixões, segredos.
Um punhado de mar, céu e amores.
Ornela: uma mulher sem dissabores.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Pizzaria Congresso's



Luto em não acreditar que a justiça, no Brasil, realmente, não é justa e que não existe. Luto em querer não enxergar que no país em que vivemos a lei é dos que têm poder. Não admito saber que tudo acaba em pizza. Falando em pizza, abriu uma nova pizzaria em Brasilia, espero que todos conheçam. Eu, ainda, não conheço, mas gostaria, pois lá são servidos diversos sabores de pizza e pasmem: sai pizza diariamente!!! Oohhh!

A última pizza quentinha, recém saída do forno no "Congresso's Pizzaria", é a operação 'abafa' que o governo e o PMDB fizeram para dispersar as atenções do Presidente do Senado, Senhor Coronel José Sarney. O ex-presidente simplesmente esqueceu de declarar no imposto de renda uma mansão no valor aproximado de R$ 5 milhões. Ooohh!! Será que ele sofre de falta de memória ou é memória seletiva, mesmo?

José Sarney, dono de quase todo o estado do Maranhão, sairá completamente ileso dos encândalos de corrupção que o afetaram. Isto só acontecerá por puro jogo político. Isso mesmo! O jogo canalha e sem escrúpulos! As regras são as seguintes: se o governo não apoiar o Sarney (coitadinho), o PMDB não apoia a Ministra Chefe da Casa Civil, Dilma, quando a mesma se candidatar a presidente.

São regras claras. São regras sujas. Sujas como se estivessem enterradas em um depósito de lixo orgânico. O PMDB: que tem uma história linda. Que tem grandes nomes. Que é o maior partido do Brasil, enfim, simplesmente está jogando o jogo do poder e não quer sair perdendo. O PMDB está sendo dirigido por um bando de raposas velhas e sem escrúpulos!!!!

E o Lula que não é bobo, nem nada, mudou de discurso e resolveu "espontâneamente" apoiar o senador Sarney. Quanta mentira e falsidade! E o povo? Ah! Isso é o de menos, francamente... Isso é pergunta que se faça!??? Dããã...

Aqui no RS a situação não é diferente, também. Desde o início do governo Yeda (a temida) os escândalos de corrupção e outros não param de sair nos jornais. O último declara que Yeda usou a famosa "caixa 2" para financiar sua campanha. Oohh!!! Mas como isso??? Não podee!!

Pode, sim! Quem disse que não? A lei? Ora, a lei não diz nada! Há, atualmente, um total desrespeito para com a nossa lei, a Constituição Federal, mãe de todos. E o PMDB, do senador Pedro Simon, aqui no Estado, o que diz? Nada!!! O PMDB-RS não diz nada a respeito disso.

Nenhum deputado do PMDB do Rio Grande do Sul assina o requerimento de instauração de CPI, que a oposição tanto insiste. Quanta falsidade!! Acho tão horrível quando o Simon diz que não é para ninguém, do PMDB, assinar a CPI, porque o RS vive uma situação frágil e que mais uma CPI só pioraria a situação e a imagem de nosso amado Estado.

Ora, mas e a função da Assembléia que, dentre tantas, é a de fiscalizar o Poder Executivo??? E a vontade de chegar a uma só verdade? E o povo??? Ah! Meu Deus... Lá vou eu, de novo, com estas perguntas idiotas. Já sei que o povo e nada é a mesma coisa... Tudo bem! Não vou mais perguntar.

O PMDB do Rio Grande do Sul, assim como o de lá de cima, do Senhor Calheiros e Sarney está ligado a um só pensamento: a verdade fica para depois, primeiro eu quero o meu poder!

Infelizmente, nós, o povo que elege este bando de imorais, canalhas milionários e sem vergonhas, mais uma vez apreciamos uma pizza da pizzaria do Congresso, logo ali, em Brasília. De vez em quando, nesta pizzaria, alguns senadores e deputados se encontram para discutir assuntos de total relevância como, por exemplo, o aumento salarial para deputados e senadores. Ora, quanta humildade!

Na música "Brasil" de Cazuza, tem uma frase: "Brasil: mostra tua cara. Quero ver quem paga para a gente ficar assim!" Quem paga a conta? Quem paga as pizzas? Nós, o povo, que sofre calado e que vê tudo acontecer, infelizmente, de braços cruzados!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

LUTO


Até agora não me pronunciei sobre a morte do cantor e compositor Michael Jacskon. Até agora não consegui achar palavras para descrever o meu sentimento, que é estranho, pois mistura revolta, dor, tristeza.

Ainda não consegui chorar, muito menos acreditar que o Rei morreu. Não sou fã desses de procurar por notícias dele, nem de comprar cds, mas eu o admirava e isso basta para eu me considerar seu fã.

Durante minha infância, mais precisamente no início da década de 90, eu muito quis ser Michael Jacskon. Lembro-me que o imitava em seus passos nada convencionais e peculiares que só ele sabia fazer. Mas eu, ignorando que ele sabia dançar e dançava como ninguém até hoje dança, tentava fazer suas coreografias perfeitas e eróticas.

Não consigo acreditar que MJ morreu, ainda mais assim, nessas circunstâncias. Dopado por medicamentos fortes, supostamente.

Estou paralisado. Sem ação. Sem reação, quanto a este assunto. Estou triste!

sexta-feira, 12 de junho de 2009

E agora, Polaca?


_ Tenho uma coisa para te contar.
_ Fala.
_ Ganhei um edredom de pluma de ganso.
_ Bah! Que legal! Não vais passar mais frio, na real.
_ Nunca passei frio, pois sempre me agarrei no cusco.
_ Aff! Cusco, Polaca?
_ Sim! Cusco. Cusquinho!
_ Bah! Que coisa mais brega! Chamava minha namorada pelo nome ou de “amor” ou de “negrinha”, mas nunca de cadela! (risos)
_ Ah! É carinhoso!
_ Pode até ser, mas remete a um entendimento de que ele é o teu cachorrinho. Mais ou menos como se ele estivesse à tua disposição, entendeu?
_ Entendi, mas não é!
_ Ah! Então ta...
_ Vamos tomar café? Traz o pão.
_ Se eu te der a manteiga tu mexe direitinho?
_ Aff! Estagiário é fogo! (risos)
_ Tá. E agora, Polaca? O que vamos ouvir?
_ Vamos ouvir a voz do chefe para sabermos se ele já foi para fumarmos na janela. (risos)
_ Vou ao banheiro. O frio me deixa com vontade de “mijar”.
_ Eu também. Pqp... Velha com incontinência é f...
_ “Vambora”, Polaca?
_ Vamos que eu tenho de fazer comidinha pro cusco.
_ Aff! Cusco é f...!

terça-feira, 19 de maio de 2009

Rapidinha

O que leva uma pessoa a se acomodar em uma profissão e não procurar aprimorar-se com cursos, inclusive curso superior? Conversando com uma amiga que me disse que um senhor trabalha há tempos como guarda do nosso local de trabalho, chego a conclusão de que cada um é o que realmente quer ser, pois as oportunidades são dadas a todos, porém, pegam-nas, agarram-nas quem quer. Em nossa cidade há duas faculdades, sendo que uma é federal e a outra particular, então, qual o motivo deste senhor ser guarda para a vida toda? Comodismo. Não estou desmerecendo a classe, mas um guarda que cuida de lugares, tipo seguranças, não ganham tão bem e poderiam, com certeza, procurar algo melhor. Encaro isso como comodismo, pois o mesmo está recebendo seu salário em dia e não se incomoda no serviço. Bobagem! Poderia estar recebendo bem mais e trabalhando bem menos, por exemplo, porém, com um curso superior. Pensamentos, críticas e conclusões. Falsas, precipitadas ou sem fundamento. Todas minhas!

Amy Winehouse em Rio Grande


Ontem (há muito tempo) aconteceu uma coisa, no mínimo, inusitada. Depois da aula um amigo meu, o qual considero como meu irmão convidou-me para tomar uma cerveja. Eu, na minha ingenuidade, não percebi que ele queria ir para festas. Tudo bem. Topei a cerveja! Começamos com uma, pois sempre tem que ter um começo, afinal e depois já estávamos na quarta ou quinta rodada. O ônibus que nos levaria para casa já tinha passado e o próximo sairia somente às 5:15 horas da manhã. Quando vi que a minha casa estava mais longe do que pensava tentei, por algum momento, relaxar. Não consegui! Fomos dar uma volta na frente de uma festa badalada por jovens e notei que a mesma estava cheia. Porém, não foi ali que entramos. Fomos para uma festa estranha com gente esquisita. Eu não estava legal! Dentro dessa festa há uma escadaria que leva as pessoas para o segundo andar. Como bons exploradores de territórios subimos até o segundo andar. Estávamos tendo a visão do inferno. Nunca tinha visto tanta gente feia em poucos metros quadrados. Um aglomerado de gente do “avesso” e com piercings nos umbigos escondidos por uma camada grossa de “excesso de gostosura”. Ali, na festa, não podia falar que as pessoas eram gordas ou feias ou qualquer outro adjetivo qualquer, pois seríamos linchados, afinal, éramos estranhos no ninho. Me perguntava a toda hora qual era o verdadeiro motivo de estar ali. Queria muito a minha cama, a minha casa, o meu território. Mulheres se agarravam dançando para chamar a atenção de dois caras que não só as encaravam como também as despiam com olhos. Tudo era muito engraçado, mas tinha de me manter sério. Sentia-me como sendo o Paulo Zulu de Rio Grande, para terem noção da feiúra das pessoas. Falando em gente famosa... Avistei a cantora Amy Winehouse várias vezes. É sério! Ela estava lá. (risos). Ela apareceu na versão negra, na versão morena, na loira, na gorda, na jovem e na versão idosa, também, porque não!? Todas essas mulheres mostrando os topetes à la Amy. Isso me deixava com muita vontade de rir, de apontar para elas e soltar uma piadinha debochada, mas não podia fazer isso! Fomos para o primeiro andar para tomar um ar puro, pois a confusão de cheiros e odores era tamanha que estava me cheirando para ver se saía de mim aquela poluição olfativa. Chegando em solo firme e longe de qualquer cheiro, avistamos uma menina muito bonita. Deve ter uns 16 ou 17 anos, no máximo. Mais ou menos 1m e 65cm, cabelo loiro cacheado e olhos verdes. Simpática! A mais bonita da festa e nem era tão bonita assim. Tentamos puxar um assunto com um simples “oi”, porém, ela é uma mulher de negócios e disparou: _ “Vocês querem dar um teco? Eu tenho bucha de 10 reais e de 20 reais. E aí? Querem?”. Essa hora eu já nem me perguntava o que estava fazendo ali e sim como e a que horas sairíamos daquela festa. Respondemos para a “menina empresária”: _ Não, obrigado!”Essa noite vi a promiscuidade das meninas de 16 anos e a submissão das mesmas à sociedade que elas vivem. Tudo era estranho. As pessoas eram estranhas, o lugar era estranho, a cerveja já estava descendo de forma estranha. Nada foi como planejei. Antes de tudo tinha dito para mim mesmo que seria só uma cerveja. Não foi o que aconteceu. Foi uma noite muito longa que não esquecerei mais. Histórias ficam para as pessoas e para, talvez, os filhos. Será que eles farão isso ou serão mais responsáveis que eu? (risos). Enfim, cheguei em casa 6 horas da manhã e minha mãe esperava-me na sala. Estava preocupada e aparentando cansaço. Logo mais à noite contarei para ela a noite de loucura que tive.

domingo, 10 de maio de 2009

Perfil De Um Sonhador

Um cara que sonha com um futuro melhor para ele e todo o mundo pode ser considerado um sonhador ou um romântico? Um guri que vive dentro de uma sociedade hipócrita e bajuladora dos mais ricos e que constrói cada vez mais alto um muro de distinção entre os abonados e os mais humildes pode ser considerado político ou apenas mais um que condena e não faz nada?

Respeitar a diferença, salientar o valor da vida e ser desprovido de sentimentos materialistas me torna hipócrita, mentiroso ou político sacana? Viver em uma constante inconstância, sou, por isso, inconveniente, impertinente, desagradável ou alguém que sabe o que quer ou o que não quer? Não ser humilde, às vezes, apenas, e admitir isso, denota que sou hipócrita, arrogante ou honesto?

Estar em meio a uma bagunça de um quarto, bagunça esta, organizada ou pelo menos tenta ser, me torna mais infantil, mais relaxado ou displicente? Viver, simplesmente, desconsiderando pessoas que fazem mal, talvez, por causa de possíveis energias negativas ou qualquer outra “coisa” do gênero me faz antipático ou estou apenas me protegendo?

Vamos conversar como civilizados, que todos somos, pois acreditamos na educação, pelo menos de berço, já que a da escola está longe de abranger todo o país, apesar de estar melhorando, vagarosamente. Sobre tudo que comentei, perguntei e respondi, embora, algumas respostas estejam implícitas, nasce outras perguntas e três delas são: o guri está revoltado, tendo alguma crise existencial? Pode ser que ele esteja sobre efeito de alucinógenos ou qualquer outro tipo de droga, será? Ou, enfim, então, o que faremos?

Ora, devemos ter um ideal! Mas, em meio a julgamentos precipitados, corrupções ocorrendo no meio dos menos privilegiados, até, para ter noção do problema, enfim, como acabar com tudo isso? Não sei, mas creio que se parássemos para pensar um pouco, pelo menos, sobre isso, formaremos sociedades mais justas e interessantes. Talvez eu, tu ou até mesmo ele, que lê pulando os parágrafos, pois, quem sabe, esteja achando uma leitura chata, não estaremos mais aqui e ficará o apelo para nossos sobrinhos, netos, bisnetos. Fica o pedido a eles para que não cometam o mesmo erro nosso de hoje e de ontem, para que amanhã o sol nasça para todos e todas.

Qual o verdadeiro motivo para condenarmos alguém que tem tatuagens nos braços, por exemplo? Qual o motivo de execrarmos da sociedade alguém que está viciado em drogas, se este mesmo indivíduo o que, realmente, precisa é de uma mão amiga e um pouco de persistência para se livrar do vício? Particularmente, detesto quando não perguntam por quê! Qualquer “porque”. Seja ele junto, separado, com acento, sem acento, enfim, não lembro da regra, mas não gosto quando aceitamos regras hipócritas que viram leis.

Um desabafo: estou cansado de pensamentos pobres, medíocres e insignificantes como os de várias pessoas. É engraçado, mas as marcas de roupas, as boas, existem para pessoas que podem comprar. Existem para pessoas que podem pagar pelo simples fato de possuírem dinheiro. Estas conceituadas grifes não foram criadas para atender os menos favorecidos que compram uma calça de trezentos reais em setenta vezes e se acham no direito de pensar que é melhor que o ser que está sentado ao seu lado. Porém, muitas vezes, este mesmo ser que não tem roupa de marca porque não pode pagar usa seu dinheiro para sustentar uma família que sonha com um final feliz, e que ainda tem esperança.

Usar de subterfúgios falsos, “pseudo-conceitos” é imoral, é baixo, é coisa de gente fútil. Aceitar as diferenças, por exemplo, entre pobre e rico é de uma grandeza sem tamanho, pois vivemos em uma sociedade onde a cada dez pessoas, uma ou duas não têm preconceito de natureza financeira. Parece brincadeira, mas ainda existe o racismo.

É... O que falta em todos é uma humanização radical. Também, pode estar faltando um pouco de dignidade e moral. Estamos precisando de uma limpeza geral de água sanitária nos conceitos idiotas de algumas pessoas que aprovam coisas inúteis, enquanto nem se quer pensam, refletem sobre coisas realmente mais interessantes e relevantes.

Não era muito bem o que ia escrever, mas valeu a pena. Mais um desabafo na madrugada. Espero não ter assustado ninguém! (risos)

Mãe

Se tu és um filho ou filha como eu, deves pensar a mesma coisa: A MINHA MÃE É A MELHOR DO MUNDO! Será que estou enganado? Com certeza absoluta e indiscutível não! Segundo o dicionário Aurélio da língua portuguesa, mãe é: mulher ou qualquer fêmea que deu a luz a um ou mais filhos. Ora, mas que coisa engraçada! Então, quer dizer que nossa mãe é uma lâmpada? Uma vela? Um isqueiro? Um abajur? Talvez seja uma luminária, dependendo da altura. Sim, pois uma mãe com até 1,60m é um abajur e a partir deste comprimento passa a ser uma luminária. Será nossa mãe uma lanterna? Ou, mais profundamente, será a luz do fim do túnel, que tanto procuramos?

O dicionário está totalmente equivocado! Há mães que não dão a luz à crianças e mesmo assim são mães. O mesmo acontece com os animais, por exemplo, uma cadela que adota qualquer outro bicho é mãe. Ser mãe é estar presente sempre. Ser mãe é ser chata, pedindo para colocarmos nossos casacos, por estar está frio. Ser mãe é ser carinhosa, passando a mão em nossos cabelos, antes de dormir ou em qualquer hora do dia. “Eme”, “a” e “e”: uma palavra tão pequena, tão curta e tão grande ao mesmo tempo. Tão onipresente, tão importante!

Palavra grande porque dá sentido à nossas vidas, guiando-nos pelo caminho certo, do bem e livrando-nos, dentro do possível, do mal. Grande de amor (salvo, alguns casos que existem por aí e que nos chocam). Enorme de compreensão e respeito. Ora, uma palavra tão extensa a ponto de nos acompanhar por toda a vida, às vezes, em pensamentos e lembrança, mas mesmo assim, sempre presente. Mãe parece ser um pássaro com asas grandes e compridas que se abrem para nos abraçar, nos proteger, nos aquecer, nos amar e ali, de baixo dessas asas nos sentimos completos, perfeitos, protegidos e super heróis.

Mãe é uma heroína, do tipo de desenhos animados. Usam de tudo para sermos mais felizes, sermos melhores que elas, sermos pessoas de bem, sermos alguém que, realmente, faz a diferença. Mãe é quem cria, quem ama, quem dedica o seu tempo aos filhos, ou ao trabalho para justamente não faltar nada em casa para dar todo o conforto necessário à sua cria. Mãe é perfeita, pelo menos a minha é. Erra? Claro! Mas erros de mãe são perdoáveis e esquecíveis. Erram quando se preocupam conosco? Não! Quando nos fazem mil e uma perguntas sobre onde vamos, com quem vamos e que horas voltamos? Nãããooo!

Preocupação é denotação de amor e amor, este, eterno, inacabável, incomensurável, insubstituível, incapaz de abalar-se por poucas coisas. Amor de mãe é puro, honesto, é limpo, lindo, é único. Amor de mãe é como estar displicente a todas as coisas que nos rodeiam, pois é como se aquilo bastasse. É como se o amor delas fosse capaz de representar qualquer coisa em nossas vidas. Não estou conseguindo explicar, mas é como se bastasse nossas mães nos amar para estarmos completos, estarmos em paz, estarmos felizes. É óbvio que a realidade não é assim, infelizmente, pois a mesma é dura e insensível. Há vários fatores que nos fazem felizes, além do amor de nossas amadas mães.


Falando, particularmente, da minha luz, da minha luminária, pouco tenho a contar sobre ela. Pouco? Oh! Pouco porque é pessoal da vida dela e da minha, mas deixo claro que somos muito mais que mãe que manda e filho que obedece. Somos amigos, somos parceiros, somos mãe e filho namorados, daqueles que saem de mãos dadas nas ruas e no supermercado. Somos cúmplices nas bobagens, nas horas de piadas e nas horas tristes e também nas tensas. Somos carne e unha ou vice e versa! Somos fiéis um ao outro. Entendemos-nos pelo olhar, pelo gesto.

Começou a vermelhidão dos meus olhos e os mesmo ficaram, sem querer, levemente umedecidos, desobedecendo meus sentidos e fazendo com que a primeira lágrima caia sobre a roupa preta que visto. A emoção de poder falar, contar e prestar essa homenagem para minha mãe, a Senhora Leda Bandeira de Carvalho é enorme. Não é novidade para ela tudo o que escrevi, pois falo o que vocês todos estão lendo diariamente para quem quiser ouvir e para a dona Leda, também.

Mãe, minha, e de minhas irmãs: nem o céu, nem o mar, nem a força devastadora do fogo e nem a esperança que temos em nosso peito é tão maior ou igual ao amor que sinto por ti.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Humildade


Tento ser humilde... Mas meu time não deixa!

quarta-feira, 25 de março de 2009

Ne Me Quitte Pas


“Infelizmente a Dona Elaine faleceu, ok!? Vou providenciar o atestado de óbito...” De repente, a voz do médico residente ficava cada vez mais fria, cada vez mais metálica e cada vez mais longe. A morte da minha tia era questão de tempo, pois ela tinha a maldita doença do século: Alzheimer. De início, comportei-me razoavelmente bem. Derramei algumas lágrimas, mas me mantive em pé, pois havia uma viagem para fazer.

Se pudesse, gostaria muito de morrer por um dia para ver como é estar do “outro lado”. Para saber como nos vemos. Para conhecer o outro plano que nos espera. Durante alguns minutos fiquei do lado da minha tia, depois de já haver falecido. Tudo acabou. Nunca mais ouviremos sua risada, sua voz e não seguraremos mais em sua mão com esperanças de que a doença ia sair de seu corpo como entrou – rapidamente.

Alguns segundos do seu lado, aliás, do lado de seu corpo me deixou um pouco desconfortável com a idéia de que um dia nós também morreremos e – particularmente – tenho muito medo disso. Tenho medo do desconhecido. Tenho medo por não saber. De repente, estava ao lado de um corpo que não tinha mais utilidade. Que não abraçaria mais. Que não faria mais cócegas, enfim, estava ao lado de um nada. Estava ao lado da representação de uma pessoa, sem aquela pessoa, responsável pelo seu corpo, não estar mais ali.

Lembro do seu sorriso doce, suave e feliz. Lembro da sua voz baixa e tom delicado. Lembro de seus carinhos meigos e da sua corridinha estranha. Lembro de nossas conversas e também lembro de suas lágrimas. Minha tia lutou 8 anos aproximadamente contra a doença que acaba com o cérebro das pessoas. Uma guerreira que perdeu suas forças no dia 7 de março de 2009, um dia antes do dia internacional da mulher.

Vaidosa, como sempre, Elaine nunca deixou de sair para a rua com um batom passado nos lábios, perfume no pescoço e na roupa bem escolhida. Seus brincos não eram exagerados, eram curtos, bem junto às orelhas. Usava uma corrente grande de ouro que continha a imagem de Nossa Senhora Aparecida, que logo que minha tia adoeceu, acabou perdendo em um lugar. Com 63 anos de idade, tia Elaine faleceu, deixando 3 filhos.

Teve um marido que a amava e que era amado. Viviam como dois eternos namorados, mais o seu príncipe o deixou cedo. Seus filhos pequenos ficaram para ajudá-la a viver. O que fazer da vida? O quê fazer com tudo que era dele? Como vou ficar? Algumas perguntas que, com certeza, ficaram em sua cabeça durante alguns tempos. Lembro que mesmo doente, a tia Elaine tardou a esquecê-lo. Certa vez, apareci com uma jaqueta de lã que era do meu tio e ela disse-me que queria aquela jaqueta quando não me servisse mais, depois de uns segundos, ela me olha e diz: _”Não. Não quero!”

Sempre alegre. Sempre feliz. Sempre vaidosa. Sempre Elaine. Não falava palavrão. Para a mesma falar um nome feio se quer era a coisa mais difícil do mundo. Quando meu pai e ela, meu outro tio e outra tia e minha mãe se encontravam na casa em que morei durante 16 anos em Rosário do Sul, a tia Elaine sempre chorava de tanto rir e era tão gostoso ver suas lágrimas de alegria. Era contagiante.

Uma vez, aliás, até hoje tenho isso de vez em quando, mas a primeira vez qu tive síndrome do pânico a tia Elaine me levou ao centro espírita. Senti-me melhor, mas não era aquilo que queria. Não era religião do que estava precisando. Precisava, na época, compreender que a morte realmente existia e que isso não acontecia somente na família dos outros.

Nunca comi um strogonoff de língua de vaca tão gostoso e tão bem preparado como o dela. Certa vez, nunca esqueci, quando era pequeno fui à casa dela para dormir lá. Era de madrugada quando me virei para o lado e me dei de cara no chão. Caí da cama, fazendo um barulhão. Foi engraçado. Na manhã seguinte fui acordado por minha tia com um leite com bolacha Maria na cama – nunca comi um tão gostoso como o dela.

Várias coisas me fazem lembrar da minha tia. Várias coisas que eu queria ouvir dela e que não consegui mais, pois ela não falava mais, devido à doença. Gostaria, no dia de seu enterro ter dito algumas palavras, mas não consegui. Só chorava. Lembrava da minha infância ao seu lado. Lembrava das coisas boas que ela fazia. Lembrava de seu perfume, de sua voz, de seu sorriso. Um tio meu acabou falando e ao fim aplaudimos minha tia, que já não tinha em seu corpo a luz do dia.

Um dos dias mais tristes da minha vida foi quando o mundo perdeu uma guerreira que lutou até o último minuto para sobreviver.

Saudade de um estranho: o meu avô.


Tenho saudades do meu avô. Lembro-me dele de cadeira de rodas e do seu olhar doce, sereno e carinhoso. Que saudade dele! É engraçado eu sentir falta ou saudade, pois quando ele morreu eu tinha apenas quatro anos de idade e nem o conhecia direito.

O vô Solon deixou uma esposa e três filhos, que eu conheço, e um deles é o meu amado pai. Acho que se o vô estivesse vivo ainda conseguiria entender melhor meu pai e teria alguém a mais para conversar.

Lembro do seu rosto, do seu corpo, mas infelizmente não consigo resgatar da memória os momentos em que estive com ele, só alguns. Minha avó tinha uma máquina de costurar, dessas antigas que eram grandes e tinham duas gavetas de madeira dos lados e, nesta máquina, o vô guardava alguns trocados que na época não lembro se eram cruzados ou cruzeiros e eu pedia dinheiro para comprar balas e ele ia lá no quarto, abria uma dessas gavetas e me dava várias moedas.

Aliás, essa é a única lembrança que tenho do vô Solon. Para mim, é triste não lembrar de mais momentos em que estive com ele, infelizmente. Vejo fotos em que a família toda está reunida na minha antiga casa, mas não lembro como foi a reunião e nem quando aconteceu.

Se ele estivesse vivo creio que muita coisa não teria acontecido e várias outras teriam se realizado. A vida nos prega umas peças e o destino nos leva, às vezes, à direções inesperadas. Talvez, se o vô ainda respirasse acho que conversaríamos muito sobre o Grêmio – paixão da sua vida – sobre o PMDB, sobre o pai e sobre as mulheres.

Também, acho que em todas as conversas que teríamos, estaríamos acompanhados de um bom chimarrão ou de uma cerveja estupidamente gelada, não sei se ele tomava chimarrão ou se bebia cerveja – creio que sim, mas com certeza uns cigarros nos acompanharia, pois meu avô fumava, também.

Solon de Lima Carvalho, pai do meu pai, meu avô, morreu em 1991 de câncer. O dia do enterro dele foi um dia feliz para mim. Nunca comentei com ninguém sobre isso, mas enquanto velavam o seu corpo e o enterravam, eu fiquei na casa de uma amiga das minhas irmãs, pois não tinha onde ficar, visto que toda a família estava no velório e posteriormente no enterro e como eu tinha apenas quatro anos, meus pais resolveram me deixar na casa dela. Minha felicidade se dava pelo motivo de que eu era apaixonado por essa amiga das minhas irmãs, então, estar na casa dela era ótimo para mim.

Era inocente e não sabia o que estava acontecendo. É engraçado, hoje, lembrar da minha felicidade naquele dia tão triste. Não tinha consciência do que estava acontecendo, pois se soubesse com certeza eu choraria muito.
Hoje, sinto que uma parte da minha história ficou em branco por eu não ter conhecido meu avô melhor. Creio que seríamos bons amigos e dividiríamos bons cigarros, bebendo e conversando.

Meu primo, uma vez, me disse que ele era meio “esquentado” e que não levava desaforo para casa. Para mim é difícil aceitar tal fato, pois a imagem que tenho do meu avô é a de que era um homem calmo e romântico. Talvez eu pense assim por lembrar justamente do momento em que estava debilitado por causa da doença.

Queria que ele estivesse aqui comigo hoje... Acho que meu pai ficaria muito feliz se isso acontecesse. Queria que o vô Solon me desse mais umas moedas para eu comprar balas. Se eu soubesse que em pouco tempo nunca mais iria vê-lo, teria guardado, juntado, todas as moedas que ele me deu, só para poder mostrar para os outros e dizer que tinha sido meu avô que me deu.

Há pouco tempo visitei minha avó, na casa dela, em Rosário do Sul, e fiquei muito emocionado quando ela me deu umas abotoaduras do meu avô. Estava me arrumando para ir a um baile social e ela me deu esse presente inesquecível. Lembro que a minha emoção era tanta que queria usá-las naquela noite, mas a vó me explicou que não daria, pois deveria descosturar e desmanchar algumas coisas no punho da camisa e não conseguiria fazer a tempo.

Não importa se não usei e se não vou usar em breve as abotoaduras, mas o relevante, mesmo, é que com elas aqui comigo sinto meu avô mais perto de mim.

Que saudade do meu avô que nem bem conheci.

terça-feira, 10 de março de 2009

The Last King Of Scotland


Ontem, pela madrugada, assisti a um filme que tinha muita vontade há um bom tempo. Digamos que estava esperando o momento certo para assisti-lo. O filme: The Last King Of Scotland (O último Rei da Escócia). Uma trama muito interessante e misteriosa. O filme prende a atenção dos espectadores por vários aspectos. Três deles: A fotografia do filme é uma das mais bonitas que já vi do cinema americano. Outro é a atuação do ator que não lembro o nome, mas que interpretou o temido Idi Amin, presidente ditador, que matou cerca de 300 mil ugandenses em seu regime dizia que era para o bem da nação. Lembro que o referido ator que não lembro o nome ganhou o Oscar por esse filme. O outro e último aspecto a ser levado em consideração é a capacidade de uma pessoa ser tão doente e infantil a ponto de matar pessoas, aniquilar vidas, arrasar famílias e sonhos individuais dos cidadãos e também sonhos coletivos crer de certa maneira que está tudo bem. Acreditar, mais ou menos, igual a Bob Marley cantando “No Woman no cry”!

Então, emocionado com a fotografia, com a interpretação do cara e indignado com o genocídio, resolvi escrever algo que me deixou de boca aberta. Estava um amigo meu e eu em plena Avenida Rio Grande, no Cassino, bairro onde moro em Ro Grande. Os dois meio embriagados, pois era a última noite do carnaval, se dirigiam a uma lancheria para matar a fome que, peculiarmente, se atreve a aparecer depois de horas de festa. No meio do caminho ouvimos um guri (mais ou menos 24 anos de idade, morno e não aparentava ser de estatura alta), de bicicleta, gritou “porco” – lembro que neste exato momento meu amigo e eu passamos a prestar atenção no que estava acontecendo – e quando o guri gritou, o mesmo saiu correndo de bicicleta e atrás dele, buscando possuí-lo, três policiais militares estaduais, ou seja, os brigadianos.

A cena que vimos segundos depois desta que narrei foi violenta e totalmente desnecessária. Os brigadianos conseguiram pegar o cara, o derrubaram, chutaram o mesmo, agrediram o guri na cara, chutaram o mesmo enquanto ele ainda estava no chão, ou seja, uma total covardia – um abuso grosseiro de poder por parte da polícia. Quem estava na avenida, ali por perto, viu a cena e com certeza ficou chocado - assim como eu. Qual será o verdadeiro motivo para os brigadianos ficarem com tanta raiva quando chamados de porcos? Qual o motivo de se ofenderem com este “adjetivo”? acredito que só nos ofendemos quando alguém coloca apelidos que realmente nos cabe. Por exemplo: não me ofenderia se alguém m chamasse de corno, safado, sem vergonha e até mesmo porco, pois esses adjetivos não fazem parte do meu caráter, da minha pessoa e quanto aos outros, sinceramente, eu não me importo com o que pensam com o que deixam de pensar.

Penso num motivo para que os brigadianos se ofendam com o adjetivo de porcos. Juro que penso! Porém, não consigo encontrar uma conclusão ao menos plausível. Gostaria que algum deles – dos brigadianos – me explicassem. Além do mais, coitadinhos dos porcos!!! Eles só servem para nos alimentar, pois só comem, defecam, dormem e morrem. Para quê “mexer” com quem está, praticamente, esperando a morte chegar? Falando nisso, deve ser boa a vida de porco. Ora, eles nascem, comem, comem comem, engordam, engordam, engordam e depois de certa idade morrem. Ou seja, não precisam trabalhar para ter o que comer, pois tem sempre alguém preocupados com a alimentação deles. Também, não precisam constituir família. Também, não reclamam, mesmo sabendo – ou não – que vão morrer. Acredito, até, que os porcos vivem muito melhor que nós e até mesmo que os próprios brigadianos.

Então, comparando: Idi Amin matou por amor a pátria, por amor à Uganda - país africano e os policiais daqui de Rio Grande bateram por puro amor próprio. Sinceramente, creio que as histórias são parecidas, não? O ego dos caras, tanto do Amin, quanto dos brigadianos estão super elevados - no caso do Amin estava elevado, pois o mesmo morreu em 2003. Creio que é um negócio mais ou menos assim: “não mexe comigo se não vais te ‘ferrar’”. O que é uma pena, porque o presidente da república é o homem que mais deve zelar pelo seu país e a polícia militar deve dar segurança ao povo e não ater-se em casos minúsculos e nem – quase – arrebentar alguém porque esse alguém adjetivou a polícia - tão capaz, tão honesta – de porcos. Afinal, porcos são bons. Eu, particularmente, gosto muito da carne suína.

É uma pena que tenha encerrado o meu carnaval com esta cena deplorável e recém narrada, pois a magia colorida e alegre do carnaval virou a esquina, dobrou na próxima rua, e deu lugar à crueldade e a irracionalidade de pessoas que pensam primeiramente nos seus quepes e fardas para depois olhar para o lado e pensar no próximo ou se quer nas conseqüências que os seus atos irão trazer à sociedade. Estou indignado com a brutalidade de como aquele menino foi tratado. Espero não ouvir mais os barulhos de cacetadas nas costas qu o mesmo levava e nem dos tapas, pois abuso de poder – como este – tem limite e, se queremos uma sociedade justa e livre de qualquer preconceitos devemos, no mínimo, pensar no próximo como uma pessoa e que pode muito bem virar o jogo e estar com a situação nas mãos, amanhã, pois quem sabe do futuro é Deus.

Também, se não foi legítima defesa, pois para ela se concretizar deveria haver, no mínimo ameaça de lesão física e não lesão de ego, o que foi então a cena que meu amigo e eu assistimos em frente à Padaria Zum Zum??? Ainda, recém me curando do trauma do choque de ter participado de alguma forma para o fato narrado, seguindo pela mesma avenida vjo um caminhão guincho do DETRAN-RS trafegando em via pública pela contramão. Ora, senhoras e senhores, onde está a moral de quem dirige um caminhão como aquele senhor naquela noite? Ainda por cima com o caminhão guincho! Meu amigo até comentou: “é pena não ter uma máquina fotográfica”. Realmente, pois se estivesse portando a minha teria tirado várias fotos de dois espetáculos naquela noite. Um espetáculo foi da polícia o outro foi do motorista do DETRAN que anda contramão.

Gostaria de explicações, ainda, a respeito da palavra “porco”. O que será que isso significa aos brigadianos? Pensem comigo e s conseguirem achar uma resposta, agradeceria imensamente!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Eu, Tu... Todos Nós!




Estava em casa quando resolvi baixar algumas músicas da Internet. Hoje em dia a tecnologia nos permite gravar um cd sem pagar o absurdo que estão cobrando. Procurei, primeiramente por Ivan Lins. Logo após terem sido concluídos os “downloads”, achei que seria interessante puxar da rede algumas músicas do Oswaldo Montenegro.

Baixei, dentre tantas, “A Lista” e a poesia “Metade”. Creio que todos deveriam escutar estas obras de arte. A lista fala de nossos planos esquecidos pelo tempo, pela rotina, pelos compromissos, por uma vida que nunca pensávamos em ter, pois nossos desejos eram outros. Escutando esta música lembrei da minha infância e adolescência. A inocência de uma criança que brincava com o carrinho de rolimã na frente de casa acabou. As brincadeiras na rua com os guris da mesma idade. As bobagens engraçadas que falávamos e hoje não passam de palavras perdidas e sem nexo.

Meus amigos e minha infância mexem muito comigo, então, escutar a música que falo foi como se um filme passasse na minha cabeça. Um filme de boas lembranças e outras nem tão boas assim. Senti saudade dos amigos, aqueles que podemos chamar de amigos mesmo. Senti vontade de voltar no tempo e fazer tudo igual como eu fiz quando era criança. Lembro que, quando brincava com meus amigos, sempre dizia que tinha vinte e poucos anos. Ah! Que tolice... Hoje gostaria de ter meus oito, nove ou dez anos e dizer a eles que gostaria de ser criança para sempre.

Comparei amigos de onde moro e os de infância e percebi que são incomparáveis, pois são diferentes e o momento é outro, também. As responsabilidades vão aparecendo e nem foi preciso chamá-las. Responsabilidade é uma coisa que sempre sonhei. Morar sozinho, ter meu carro, ter minha filha, enfim, coisas que passam pela cabeça de qualquer pessoa e depois, quando nos deparamos com o começo de uma vida responsável, nos perguntamos, aliás, eu me perguntei: estou pronto para isso tudo?

Quando pequeno, lembro que posicionava minha coleção de carrinhos um em frente ao outro e colocava sempre um boneco de pé no primeiro carro... Dizia que era eu e que tinha sido eleito governador do estado. Atualmente, ainda sonho com isso só que a caminhada já está se tornando diferente. Agora acabou a brincadeira.

Queria ter várias casas. No campo, na cidade, na praia e na Espanha, também. Nossos planos mudam. Penso, hoje, em ter uma casa no lugar onde eu puder trabalhar e conseguir me sustentar. Não quero ostentações, nem helicópteros e nem ser dono de time de futebol, muito menos de banco, como pensava quando criança.

Meus amigos acabaram sumindo com o tempo. Correspondemo-nos pelo site de relacionamentos, Orkut, ou pelo MSN e mesmo assim as conversas são vagas, rápidas e superficiais. Alguns, a maioria, confesso, nem assim nos falamos. Ficaram os grandes amigos, aqueles que defendemos em qualquer situação.

A música “A Lista” fala das mudanças que acontecem conosco e que somos obrigados a nos adaptarmos a ela para podermos pagar uma conta no final do mês, por exemplo. Tudo muda! Nossos planos mudam a todo o momento. Nossa maneira de pensar sobre alguma coisa muda.
Aí, resta uma pergunta: a mudança é tão válida a ponto de ignorarmos amigos, conceitos, princípios que defendíamos no passado e etc?

Depois, anestesiado pelas lembranças da infância, dos meus planos do passado e sobre um monte de coisas que vieram à tona na minha mente quando escutei “A Lista”, cliquei no “play” e acabei de descobrir a explicação para todos os seres humanos. “Metade” é uma poesia sem rima em que uma pessoa se descreve.

A minha infância voltou à mente e mais coisas pulsaram em pensamentos luminosos que me deixaram com vontade de chorar. Somos todos iguais!!! Os seres humanos são contraditórios, pois falam o que querem falar, mas quando precisam ouvir se recusam. O ser humano é medroso, porém, poucos corajosos assumem esta condição.

“Porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo!” Um trecho da poesia referida. Uma análise sobre como nos comportamos. A parte mais bonita é a seguinte: “Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso que eu me lembro ter dado na infância. Por que metade de mim é a lembrança do que fui, mas a outra metade eu não sei.”.

Encontrei-me numa análise sobre como eu fui, como sou e tentei analisar como serei no futuro. Não sei descrever-me em nenhum destes tempos. Sou eclético, indeciso e inseguro do que quero. Às vezes, quando penso ter conseguido tudo e estar em paz, uma nuvem de pontos de interrogações se aproxima de minha cabeça e ela começa a jorrar larvas, transformando-se em um vulcão em plena erupção.

Portanto, somos, ou melhor, sou um ser como todos os outros. Contraditório, mas ao mesmo tempo convicto. Impaciente com a paciência. Realista com a fantasia de um mundo melhor. Prático quando romântico. Sincero com o cinismo no rosto, estampado em um sorriso.

Somos quem somos. Somos pais, filhos, netos, bisnetos, vizinhos, amigos, primos, enfim. Somos nós... Até a morte.
“E que a minha loucura seja perdoada. Porque metade de mim é amor... E a outra metade também.”

Brasil, Literalmente!




É tão decadente o tempo em que vivemos atualmente. Em plena democracia social, que votamos nas pessoas em que pensamos serem as melhores opções, com suas idéias maciças sobre a política social, sobre a economia, sobre o bem estar. Mas será que só votar é válido? Será que somente assistir aos fatos no Jornal Nacional nos torna cidadãos? Cadê a nossa vontade de sermos atuantes na política? A nossa vontade de fazermos justiça para os injustiçados, para os pobres, que são só lembrados nas eleições, cadê?

Nossa comodidade é tanta que parecemos paralisados num total efeito de tranqüilizantes de faixas pretas ou na eterna viagem alucinante e que nos ilude quando tragamos uma fumaça de maconha. Na verdade o jeitinho brasileiro nos decompõe a cada dia, fazendo com que nós não sejamos nós mesmos frente a uma situação caótica e que exige atitude.

Ninguém mais exige o correto, o certo, o coerente de um político eleito por uma população cansada de ter esperanças, em vão. Gostaria que tivéssemos a cabeça dos franceses, onde lá, o que está errado é dito em praça pública por estudantes, empregados, cidadãos, enfim.

Não estamos na ditadura. Tudo pode ser dito sem meias palavras e nada vai nos acontecer, pois temos uma constituição liberal e que defende o poder da palavra, da expressão, porém, expressar com responsabilidade e sem vulgaridades. Então, por que não falamos em alto e bom tom o que sentimos? Porquê não nos tornamos mais românticos e lutamos a favor daquilo que queremos para ninguém mais que nós mesmos? Porquê a comodidade de um “emaconhado”?

Lembremos do nosso passado negro, em que nada de expressão poderia ter espaço: o caso Vladimir Herzog. Um homem inteligente, pai de família. Um marido carinhoso e um excelente jornalista. Lutava por um país sem governo, sem comando ou um comando organizado, ou seja, para a sociedade. Era comunista. Seu erro: romântico, sonhador e falava demais para a época.

Outro erro: não tinha medo. A falta deste medo deveria ser a falta de hoje, porém, acontece o contrário. Atualmente, temos medo de falar. Apesar de todos sabermos que a ditadura acabou e tudo pode ser dito. Uma morte com muitos mistérios e uma certeza: Vlado foi morto por lutar contra o governo. Lutava a favor de uma sociedade justa, sejam negros, mulheres, homens, desempregados, gays, enfim. Lutava para todos e por todos.

Vlado tinha meios de fazer-se ouvido. Trabalhava no jornal “O Estado de São Paulo”. Tinha a imprensa a seu favor e podia influenciar qualquer pessoa que gastava moedas para comprar um exemplar do jornal onde denunciava um governo falido, hipócrita e sem escrúpulos. A morte foi o destino de um “louco”. Mas que louco é este que luta por todos, enquanto todos dormem e se rendem à má administração de um país. Gostaria de ter a loucura dele.

Não precisamos lembrar de décadas atrás. Outro fato ocorrido há bem pouco tempo: o caso Tim Lopes. Após sua morte o país ficou de luto. Ora, quanta hipocrisia! O que foi feito? O Tim ganhou uns prêmios, onde sua família o representou, pois ele não estava mais ali para recebe-los, obviamente. Enquanto sua família, indignada, recebia as belas palavras dos hipócritas, que babavam no ovo dos Lopes, Tim adormecia em berço esplêndido. Berço, este, que ele tanto lutou a favor. Morreu tentando combater o tráfico de mulheres em uma das favelas mais violentas do Rio de Janeiro.

Tim, jornalista que trabalhava para a Rede Globo, estava investigando o tráfico de mulheres. Ele morreu lutando a favor de vaginas inocentes, virgens, de meninas que nem o conheciam e garanto que nem faziam questão de conhece-lo. Não faziam questão de conhecer o seu herói... O cara que morreu tentando salva-las.

Tim também não fazia questão de que a mídia o aplaudisse de pé e nem a sociedade. Queria denunciar a corrupção de corpos inocentes, frágeis, lindos de meninas com doze, treze, onze anos. Meninas que brincavam de bonecas e que sonhavam com uma vida de princesa como a de Diana.

Tim Lopes morreu tentando falar e não conseguiu, enquanto vivo, pois depois que foi morto a sociedade parou para ouvir o que tinha para dizer. A ditadura não existia mais quando isto aconteceu, mas as milícias organizadas e cruéis dos traficantes sem caráter estavam vivas e ainda estão, com muito mais vigor, pois conseguiram combater inimigos grandes: a imprensa, a Globo e a boa vontade de pessoas como o próprio Tim.

Um cara romântico, simples, que levava uma vida normal. Queria uma sociedade justa, já que o governo estava acomodado com seus baseados, enrolados com notas e notas de dinheiro. Aliás, deve ser assim os enroladinhos de maconha dos nossos governantes. É óbvio! Já que não têm onde gastar seus dólares, reais, euros... Eles, com certeza, devem usar algumas notinhas para enrolar seus baseados. Um tapa na cara de quem luta por dez reais por dia.

Ao mesmo tempo em que temos uma constituição protetora, liberal, temos uma máfia que nos mete medo. A máfia dos traficantes milionários. O único governo organizado do Brasil é o governo dos traficantes. Sabem bem o que querem e o conseguem quando e como querem. O próprio governo federal, estadual e municipal de todos os cantos do país não consegue, pois precisam de requerimentos, memorandos, ofícios e uma burocracia irresponsável e burra.

E se vivêssemos em uma ditadura, ainda? Como seria a sociedade? Como seriam nossas vidas? Talvez, se estivéssemos num momento ditador as pessoas resolveriam falar, como falavam em sessenta e quatro, quando centenas e centenas de estudantes da UNE foram presos, inclusive meu pai.

Se, aumentam os valores das passagens municipais dos ônibus, ninguém fala nada. Aceita-se. Cumpra-se, como nos mandados judiciais, onde os juízes assinam após o escrito “cumpra-se”. Uma ordem do magistrado, após a decisão final.

Se a antiga CPMF volta com outro nome... O povo ri e começa os preparativos para mais um carnaval para mais uma pornografia explícita na Sapucay e em todas as ruas do Brasil. Aliás, o carnaval é a submissão do povo ao governo. Enquanto o país afunda e nada é discutido, nós, o povo, ri, brinca, se diverte e bebe, numa ilusão que termina na quarta - feira de cinzas, quando tudo volta ao normal.

Para quê complicar se podemos fazes “vistas grossas?” Para quê complicar se podemos facilitar e fingir que está tudo bem. Tudo para não termos mais cabelos brancos ou rugas de expressão. Enquanto cuidamos de nossas belezas hipócritas o povo da França luta pelos direitos sem medo e sem vergonha de serem felizes. Radiantemente felizes.

O Brasil, o povo brasileiro precisa de uma injeção de realidade. Não são os poderosos que contém o poder. Não! Lembram como o Collor caiu? Lembra como conseguimos uma constituição? Caras pintadas, Lula, Betinho e Ulysses Guimarães dividindo o mesmo palanque a favor dos brasileiros. Milagre!

Foi a única vez que vemos pessoas de punho firme lutando por nós. Na maioria das vezes vemos os colarinhos brancos embolsando granas e mais granas, como na crise dos Correios.

Mas, sejamos francos e sinceros, sobre o social o Lula está indo bem. Na economia também. Concursos públicos vêm como cascatas fluorescentes e brilhosas em quedas livres.

E o Brasil vai indo... Com concursos públicos para as pessoas acomodadas que sentam a bunda em uma cadeira e começam a ganhar mais e mais a cada ano, por causa de uma gratificação incorporada e a vida vai passando, ás vezes, sem muitas coisas boas e muitas ruins, mas falar para que, para quem, se está tão bom assim?

sábado, 3 de janeiro de 2009

Paixão e Sexo. Música e Cigarros.


Chegar em casa e ver a pessoa amada preparando a cama ou a comida ou chegando junto com ela. Um banho juntos. Uma conversa animada. Um desabafo de cansaço. Uma comida recém pedida pelo telefone ou recém preparada para aquele momento único. Um bom vinho à beira da lareira. Uma conversa sobre o futuro, sobre a situação atual e sobre o passado. Uma fofoca debochada dos outros. Um carinho. Um cafuné. Uma demonstração pública de afeto. Mais vinho. Nessa hora o casal já está com o raciocínio mais travado, pois o álcool faz isso com as pessoas. Um carinho na perna da amada. Um carinho no pescoço do apaixonado. Um beijo despretensioso. Um abraço. Uma taça de vinho. Um fogo queimando as madeiras e o tempo passando. A correria do dia nem se lembram mais. O momento é a única coisa que importa. Telefones fora dos ganchos para que nada nem ninguém atrapalhe aquele momento que é só deles. Um DVD romântico tocando, mas eles nem prestam atenção na cantora que se esgoela cantando. Um carinho na barriga. Um beijo mais quente. Um abraço pedindo outras coisas. Um beijo no pescoço dele e um gemido de prazer. A taça cai no chão manchando o tapete branco de vermelho. Ela larga a taça quase vazia no chão. O vinho, agora, já não importa mais. O DVD chega ao fim, mas outros sons enchem o espaço. Um sexo. Um amor. Uma paixão. Um casal. Gemidos falam mais que palavras e demonstram mais que gestos. Beijos significam sentimentos apaixonados e respeito mútuo. Uma mão assanhada toca uma reunião estimulante. Sensibilidade! As roupas já não vestem mais. De repente o tapete branco e fofo se torna a cama gostosa e quente do quarto. Gritos de prazer. Arranhões nas costas. Gemidos enchem o espaço de cheiro de prazer. O suor começa a molhar os dois, mais isso também não importa. Eles já estão assim há uma hora. Mas o que isso importa? O que importa é o momento. Se chove ou se faz frio... Não importa! De repente um gemido dele avisa que o fim está chegando e ela sente que o prazer daquele momento está perto de chegar ao clímax. E... Um grito apaixonado de prazer. Um cheiro de sexo toma conta da sala. Ele cai por cima dela e ela o abraça ainda sentindo-o dentro dela. Olhares falam mais que rádios. O DVD? Já tinha até se desligado nessa hora. Mas isso não importa! Ele se levanta e senta no tapete nu. Ela faz o mesmo. O homem pega a taça virada que tinha deixado cair e serve mais vinho. Ela pede que ele o faça na taça dela. Goles de vinho e sorrisos recíprocos de paixão tomam conta do ambiente. Ele pega um cigarro, o acende, olha pra ela e diz: _ Nada importa quando estás comigo! Ela pega um cigarro, o acende e diz: _ Te amo! Enfim, o cigarro, vários prazeres numa só noite. Vida!

2008 Em Alguns Parágrafos


P
odemos dizer que 2008 foi, no mínimo, diferente... Peculiar. Algumas coisas não fugiram à regra, mas é bom não ser igual. O ano par que finda revelou surpresas na política, na economia, na educação, na sociedade, nas artes, enfim, em quase todos os quesitos do nosso cotidiano.

Na politica, o pais mais poderoso arrogante do mundo elegeu pela primeira vez um negro para presidente. Barack Obama é nome masculino do ano. Carismático, diplomático, sorridente, simpático e parece ser um bom pai. Caracterísitcas que o Bush (o filho) também tinha quando se candidatou e foi eleito. Deu no que deu. Tomara que com o Obama seja diferente. Bem diferente! Não nego que torci para o Obama vencer as prévias e a eleição. E quando o seu nome foi anunciado como o mais novo presidente do mundo eu agradeci.

E o dólar? Foi lá embaixo e depois subiu como quem pega um elevador para subir em um prédio alto. Coitadinhos dos meus pais. Foi só eles se programarem para ir ao Chuí que o dólar subiu. E o meu Nike não veio desta vez. As financiadoras de automóveis estão mais rigorosas ao vender. Agora não é bem assim para comprar um carro sem entrada e em cem mil vzes para pagar. Quem comprou desse modo, já comprou. Quem não comprou, não compra mais. Pelo menos por enquando. A inflsç~so dá as caras. A comida sobre de preço. Tudo está ficando caro.

O Rio Grande do Sul está de parabéns! O melhor estado no ENEM 2008 é o RS! Em todos os quesitos do concurso, os gaúchos foram melhores. O que mostra é que a educação do nosso estado está cada vez menos pior. Talvez em dois mil e alguma coisa estejamos todos nós, todos os estados, figurando o primeiro lugar. (que otimismo).

Caso Nardoni: chocante, aterrorizador, dramático, revoltante, violento, inacreditável, simplesmente desumano. Uma menina linda. Uma vida iniciando a brincar, a sorrir, a viver literalmente. Um pai... Uma mãe... Uma madrasta. O fim de um ciclo que durou menos que o suficiente para que ela, Isabela, entendesse o que era viver. De repente, um corpinho, pequeno, frágil, delicado, meigo, sincero, um corpo de criança adorável é jogado de uma janela do 6° andar. Acabou o início! Acabou aquele sorriso, aquela alegria de menina que queria viver muito mais do que poucos anos. Começa o fim! O fim dos autores do crime. Do pai, se é que podemos chamar um monstro de pai. O fim, também, de uma mulher dominadora, da madrasta, que faz juz ao símbolo de madrasta má. O caso de crime brasileiro que mais me marcou, sinceramente.

O São Paulo Futebol Clube é campeão brasileiro de 2008. Parabéns! Parabéns à Globo, à Bandeirantes e à todas as outras emissoras de televisão e comentaristas das mesmas que fizeram uma campanha nada invisível, nada discreta, para que este título não viesse para o Rio Grande do Sul. Para que este título não fosse para o Grêmio, vice-campeão. É impressionante como esse pessoal se "borra" de medo quando os times do RS estão ameaçando diretamente os de SP e do RJ. Aconteceu isto este ano com o Grêmio e um tempinho atrás com o Internacional, quando lhe tiraram, roubaram a favor do Corinthians o campeonato brasileiro, também.

Maria Rita mais uma vez canta e encanta com o sucesso do seu CD, Samba Meu. O show é espetacular. Parabéns! Amy Winehouse, apesar de suas loucuras, entra, de vez, para o clã dos mais famosos do mundo. Que voz tem essa mulher. Parece voz de cantora negra. Madonna dá os ares no Brasil. Morre Dercy Gonçalves. Flora é a assassina, quando todo mundo pensava que era a Donatella.

Várias coisas aconteceram em 2008. Algumas ruins. Algumas boas. Não interessa o quanto de coisas boas ou ruins aconteceram. O que importa é que aconteceram e a vida não ficou parada no marasmo, na futilidade de não ter nada para fazer ou pensar ou sem um sonho para correr atrás. Se aconteceram cosas boas, ótimo! Se coisas ruins não deixaram de aparecer, torne-as obstáculos superados e lutas vencidas contra os caminhos espinhentos que temos. Se não fossem as coisas difíceis a vida não teria graça!


Um FELIZ ANO NOVO e que 2009 seja repleto de coisas... Boas e Ruins.