domingo, 10 de maio de 2009

Perfil De Um Sonhador

Um cara que sonha com um futuro melhor para ele e todo o mundo pode ser considerado um sonhador ou um romântico? Um guri que vive dentro de uma sociedade hipócrita e bajuladora dos mais ricos e que constrói cada vez mais alto um muro de distinção entre os abonados e os mais humildes pode ser considerado político ou apenas mais um que condena e não faz nada?

Respeitar a diferença, salientar o valor da vida e ser desprovido de sentimentos materialistas me torna hipócrita, mentiroso ou político sacana? Viver em uma constante inconstância, sou, por isso, inconveniente, impertinente, desagradável ou alguém que sabe o que quer ou o que não quer? Não ser humilde, às vezes, apenas, e admitir isso, denota que sou hipócrita, arrogante ou honesto?

Estar em meio a uma bagunça de um quarto, bagunça esta, organizada ou pelo menos tenta ser, me torna mais infantil, mais relaxado ou displicente? Viver, simplesmente, desconsiderando pessoas que fazem mal, talvez, por causa de possíveis energias negativas ou qualquer outra “coisa” do gênero me faz antipático ou estou apenas me protegendo?

Vamos conversar como civilizados, que todos somos, pois acreditamos na educação, pelo menos de berço, já que a da escola está longe de abranger todo o país, apesar de estar melhorando, vagarosamente. Sobre tudo que comentei, perguntei e respondi, embora, algumas respostas estejam implícitas, nasce outras perguntas e três delas são: o guri está revoltado, tendo alguma crise existencial? Pode ser que ele esteja sobre efeito de alucinógenos ou qualquer outro tipo de droga, será? Ou, enfim, então, o que faremos?

Ora, devemos ter um ideal! Mas, em meio a julgamentos precipitados, corrupções ocorrendo no meio dos menos privilegiados, até, para ter noção do problema, enfim, como acabar com tudo isso? Não sei, mas creio que se parássemos para pensar um pouco, pelo menos, sobre isso, formaremos sociedades mais justas e interessantes. Talvez eu, tu ou até mesmo ele, que lê pulando os parágrafos, pois, quem sabe, esteja achando uma leitura chata, não estaremos mais aqui e ficará o apelo para nossos sobrinhos, netos, bisnetos. Fica o pedido a eles para que não cometam o mesmo erro nosso de hoje e de ontem, para que amanhã o sol nasça para todos e todas.

Qual o verdadeiro motivo para condenarmos alguém que tem tatuagens nos braços, por exemplo? Qual o motivo de execrarmos da sociedade alguém que está viciado em drogas, se este mesmo indivíduo o que, realmente, precisa é de uma mão amiga e um pouco de persistência para se livrar do vício? Particularmente, detesto quando não perguntam por quê! Qualquer “porque”. Seja ele junto, separado, com acento, sem acento, enfim, não lembro da regra, mas não gosto quando aceitamos regras hipócritas que viram leis.

Um desabafo: estou cansado de pensamentos pobres, medíocres e insignificantes como os de várias pessoas. É engraçado, mas as marcas de roupas, as boas, existem para pessoas que podem comprar. Existem para pessoas que podem pagar pelo simples fato de possuírem dinheiro. Estas conceituadas grifes não foram criadas para atender os menos favorecidos que compram uma calça de trezentos reais em setenta vezes e se acham no direito de pensar que é melhor que o ser que está sentado ao seu lado. Porém, muitas vezes, este mesmo ser que não tem roupa de marca porque não pode pagar usa seu dinheiro para sustentar uma família que sonha com um final feliz, e que ainda tem esperança.

Usar de subterfúgios falsos, “pseudo-conceitos” é imoral, é baixo, é coisa de gente fútil. Aceitar as diferenças, por exemplo, entre pobre e rico é de uma grandeza sem tamanho, pois vivemos em uma sociedade onde a cada dez pessoas, uma ou duas não têm preconceito de natureza financeira. Parece brincadeira, mas ainda existe o racismo.

É... O que falta em todos é uma humanização radical. Também, pode estar faltando um pouco de dignidade e moral. Estamos precisando de uma limpeza geral de água sanitária nos conceitos idiotas de algumas pessoas que aprovam coisas inúteis, enquanto nem se quer pensam, refletem sobre coisas realmente mais interessantes e relevantes.

Não era muito bem o que ia escrever, mas valeu a pena. Mais um desabafo na madrugada. Espero não ter assustado ninguém! (risos)

Um comentário:

Mitcheia disse...

Assino embaixo, sublinhado e com estrelhinhas!!! Hehehehe. O teu desabafo da madrugada não me assustou, peo contrário, me deixou muito feliz em saber que existem mais pessoas, além das pouquíssimas que conheço, que enxergam o ser humano muito além de suas roupas "mormaii" (sei lá que roupa de marca está na moda agora,hehehe!), mas como parte integrante de um todo indivísivel. Conectado por fios que devem caminhar juntos, em busca do desmantelamento de tanta hipocrisia e destruição. Responsável pelo presente e futuro de suas relações micro e macro sociais! parabéns, Matheus. Adorei!