sábado, 26 de março de 2011

O Inimigo Está Perto (em 3 partes)


Geruza Medeiros estava de aniversário. Convidou seus amigos para festejar seus trinta e três anos em um bar, no cais do porto da cidade. A vida agitada de uma advogada criminalista não deixava que ela se divertisse, mas como era seu aniversário, nada mais justo, segundo ela, comemorar e beber. Geruza, uma mulher rica, que nunca perdeu um processo, sempre gostou de fazer este tipo de recepção. Esbanjando carisma e simpatia, promoveu uma festa com requinte e sofisticação. Considerada uma das melhores advogadas criminalistas do país. Era sexta-feira, dia oito de janeiro. Uma lua linda iluminava o mar e a cidade inteira. Aos poucos seus convidados foram chegando. Após um tempo, chega o primeiro dos cinco amigos e companheiros: Leonardo Cordeiro. A aniversariante recebe o ilustre amigo e os dois conversam animadamente. Leonardo é escritor e o membro mais novo da Academia Brasileira de Letras. Em seguida, chega à festa Naím Canabarro. Naím é conhecida por sua ONG “Ajuda Carioca”, que auxilia os idosos que vivem em locais mais esquecidos pelo governo. Com 39 anos, a carioca é reconhecida nacionalmente por seus livros de psicologia. Após sua chegada, os três amigos ocupam, juntos, uma mesa e os garçons da festa os servem com bastante freqüência. Por fim, chegam Marcelo Buarque e Renato Figueiredo. A turma dos cinco amigos está completa. Marcelo Buarque, brilhante promotor criminal e professor de Direito Penal. Com seus trinta e três anos, é um dos cotados a assumir o cargo de desembargador do estado do Rio Grande do Sul. Renato Figueiredo, empresário de sucesso. Sócio majoritário da Perdigão, com apenas trinta e um anos. Na festa, os amigos se reúnem e conversam animadamente sobre suas vidas e seus trabalhos. Lembram o passado e as coisas engraçadas da faculdade. Depois, todos se dirigem até o terraço do bar e sentam-se onde o mar fique como vista na noite enluarada. Algumas horas depois, Leonardo, ao retornar do banheiro, nota que há dois homens brigando no outro lado da rua. Os amigos se levantam e vão para o parapeito do terraço para observar a briga. Quando, de repente, um dos homens tira um revólver do bolso e atira no outro, que cai no chão. A vítima, ainda com vida, tenta se levantar, porém, o assassino lhe descarrega o revolver o matando na hora. O silêncio impera. Nenhum barulho na rua, nem na festa, nem em lugar qualquer. O silêncio absoluto fazia com que os amigos pudessem ouvir os passos do assassino. Todos no terraço parados olhando o assassino, que não os vira, ir embora no silêncio. De repente toca o celular de Leonardo. Uma música alta pôs fim no silêncio. Leonardo tentava desesperadamente desligar seu telefone celular para não fazer mais barulho, porém, foi impossível e o assassino parou. Olhou para os lados e nada encontrou. Voltou uns passos e olhou diretamente para o terraço. Deste modo, enxergou nitidamente todos que estavam ali parados o observando. Todas as testemunhas oculares do crime que ele cometera minutos atrás. Marcelo se abaixa e todos fazem o mesmo. Geruza pede que os seguranças fechem as portas do bar e as tranque. O silêncio continua na festa e na rua. Os passos do bandido sendo ouvidos por todos iam ficando cada vez mais nítidos. Cada vez mais perto. E foi quando uma voz abafada por algo que não puderam identificar, pois estavam abaixados, escondidos, gritou em tom ameaçador: “vocês não me viram, mas eu vi todos vocês!” Logo depois, os passos foram se distanciando até se perderem. Vinte minutos depois chega ao local a polícia militar. O promotor, Marcelo, vai falar com os policiais e a advogada criminalista, Geruza, o acompanha. Naím acalma os convidados da festa e pede para que eles se retirem com calma. Pede desculpa. Leonardo, sentado em uma cadeira, chora inconsolável. Renato o consola e faz companhia. Naquela mesma noite a polícia começa a investigar o crime. Um mês depois, Geruza conhece um homem chamado Fabrício Silva. Elegante, alto, bonito e simpático, Fabrício acaba conquistando a advogada e a fazendo se apaixonar por ele.

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