segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Pai, Mãe e Filho

Num dia de domingo ele chega em casa de manhã. Carlos tem apenas dezenove anos. Um adolescente do tipo rebelde sem causa. Sua mãe e seu pai o esperaram toda a noite, mas o guri não chegara. É normal jovens saírem e não terem hora para voltar, afinal, têm de aproveitar suas jovialidades, testosteronas e progesteronas. Carlos está cansado e um pouco embriagado. Passara a noite com os amigos da faculdade, num churrasco na casa de um deles. Seus pais não conhecem seus amigos, mas ouvem o filho falar constantemente sobre os mesmos. Ele chega e vai imediatamente para o seu quarto. Lá, entra, fecha a porta, tira a roupa e se joga na cama pensando na noite que tivera, nas bobagens que falara com seus amigos e nas risadas e gargalhadas que soltara. Dorme pensando e quase rindo. É meio dia quando sua mãe bate na porta do quarto.
_ Carlinhos, o almoço está pronto. Você vem almoçar?
O silêncio predomina. Ela não escuta nenhuma resposta do filho que não acordara com as batidas na porta e nem com o chamado. Então, entra no quarto, chega perto da cama e diz, em tom baixo:
_ Meu filho, o almoço está pronto e estamos te esperando para almoçar. Acorda! De tarde você segue dormindo, ok?
Ele acorda, não abre os olhos, se espreguiça com um gemido alto e manhoso. Daí abre os olhos e diz que já está indo. Sua mãe sai do quarto e fecha a porta. Ao contrário do que ela pensava, Carlos não se levantou para almoçar. Ela retorna ao quarto do menino uma hora depois e pede que se levante para comer algo e insiste que à tarde ele continuará dormindo. Então ele se levanta e vai ao banheiro. Carlos senta à mesa para almoçar e seus pais começam uma conversa, indagando-o sobre a noite, sobre a faculdade, sobre sua vida. Carlos não está com muita vontade de falar, pois está de ressaca, mas mesmo assim responde para seus pais, às vezes por monossílabos. A tarde chega e o guri se arruma para sair com os amigos.
_ Pai, mãe, vou dar uma voltinha com os guris. Daqui a pouco volto, ok?
Seus pais dizem que não há problemas, afinal o jovem precisa de uma vida social. A noite chega e Carlos também. Seu pai lhe chama a atenção por não passar mais tempo com eles e começa uma discussão. Sua mãe fica meio triste com a situação. Ela tenta entender os dois. Consola um. Depois consola o outro. Ela odeia quando eles discutem. A família, enfim reunida senta à mesa para a última refeição do dia. Eles conversam um pouco mais e depois vão para a sala assistir o final do Fantástico. Carlos lembra da sua infância e deita a cabeça no colo de sua mãe. Ela começa a fazer carinho, um cafuné sincero. O filho, rebelde sem causa, que na verdade não é rebelde, adora receber carinhos dos pais. Sua mãe continua fazendo carinho no filho amado e o pai continua conversando. Os três estão felizes, pois por mais que Carlos fique longe de casa, ele adora se sentir acolhido por seus pais. Falam sobre política, criminalidade e futebol. Alguma piadinha sobre o cotidiano sempre há nesses momentos. Já passa da meia noite e todos estão com sono. Por fim, um beijo nos dois e um abraço de boa noite. Mais carinho. De repente o filho diz que os ama e ouve dos dois o mesmo. Pronto! Era só o que ele queria ouvir para a noite estar completa. Mais um dia termina. Mais uma família normal. Mais amor. Mais carinho que nunca acabará. Carinho e amor de pai, mãe e filho.

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