terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Triste Melodia

Em um dia qualquer, assustado, acordei e me vi sozinho. Olhei pela janela do meu quarto e vi um dia cinza. Havia um sol brilhando e as flores abertas, mas tudo que era colorido, a partir deste dia, não possuía cores e nem cheiro. A natureza não era a mesma e a brisa do mar tinha desaparecido. Não haviam pessoas. Me vi sozinho.

Pela janela do meu quarto, vi que as coisas não faziam muito sentido, então, sentei e chorei a minha solidão. Chorei de saudade e de desespero. Pensava que se pudesse voltar no tempo, teria aproveitado tudo do mesmo jeito, porém, me dedicando mais, se possível. Nada de arrependimentos. Chorava, apenas, a saudade e a dor.

Chorando, cantarolei alguma musiquinha qualquer. Uma melodia triste me acolheu naquele dia sem cheiro e sem cor. Uma doce brisa me envolveu e, por um momento, achei que eras tu, que me abraçava. Olhei ao meu redor e não vi ninguém. Estava completamente só.

Além de ter me visto sozinho, me vi, também, sem rotina, sem cotidiano, sem itinerário algum para cumprir, sem nada a fazer. Nada além de esperar o tempo passar e tudo voltar a ser como era antes. Deitei na minha cama e meus pensamentos, feito um furacão, não paravam de girar ao teu redor. Minha mente, tão inquieta, não parava de fazer conjecturas, de achar idéias, de planejar hipóteses,enfim, de fazer planos para poder te encontrar na hora seguinte.

Porém, os minutos iam passando como se fossem horas e em vez de se passar sessenta segundos, parecia que passavam sessenta minutos. E, desta forma, o dia foi passando. Nesta dança das horas, que eram e são minutos, me vejo. Resolvi, então, retomar a minha rotina. Procurei alguns amigos e algumas coisas, porém, nada tinha o mesmo sabor, a mesma graça.

Me vi rodeado de pessoas interessantes, com conversas interessantes, mas apesar de não ter me sentido deslocado, intelectualmente falando, me vi vazio, sem assunto, sem nada a acrescentar. Meu assunto era o mesmo e não mudava. Preferia, muitas vezes, calar e calando negava a minha vontade de te ter ao meu lado. Na verdade, não negava, apenas a escondia dentro de mim, sem exteriorizações explícitas, a não ser por minha aparência cansada e triste.

Hoje, sou o mesmo de ontem, com menos dias para contar no calendário da paixão e com mais esperanças a cada momento em que penso no nosso passado, que é presente e que será o nosso futuro. Hoje, mais teu que ontem, menos que amanhã, ainda te espero chegar em frente à minha casa para me buscar para irmos a algum lugar qualquer e sei que a cada hora que passa, este dia está mais perto de chegar.

Penso, à noite, quando o mundo inteiro, exceto o cachorro da vizinha, silencia, olhando nossas fotos, que fomos, somos e seremos muito felizes. E aí, me sinto, além de sozinho, triste e com um aperto no peito, como se uma bigorna estivesse repousada sobre ele. Colocada, talvez, numa posição estratégica, que faz doer e ter uma sensação nada confortável, pois a presença não é mais física, pelo menos, por enquanto.

Só que ao mesmo tempo que me vejo triste, tenho a consciência de que estou envolvido por uma capa de alegria e felicidade imensa por estarmos, fazendo com que nosso futuro se alinhe e um dia poderemos gozar da nossa felicidade juntos, plenos e serenos.

Um comentário:

Renan disse...
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