Esta história eu não inventei
apenas ouvi soprar
de um vento que vinha de leve...
Falou-me num sussuro
de algumas pesoas encantadas
que antes eram iguais
a todas as outras pessoas
Até que um dia
estando este a soprar
convidou-as a descobrir um mundo novo
E mostrou as mesmas ruas
os mesmos caminhos
e as pegadas de sempre
e já não eram os mesmos...
Mostrou-lhes que eram apenas cacos
pequenos pedaços cristalizados
em profundo ócio de si
Provocou-as para que se juntassem
a outros cacos e outros vazios
e então o grande conjunto
dos que antes eram incompletos
deu forma e contornos à uma nova figura
E de todos os lados os ventos sopraram
trazendo cada qual um pedaço de longe
que vinha de manso somar-se aos outros
E ao final de tudo
não resta desfecho
apenas leves reticências
de cacos contagiando outros pedaços
e aos poucos, ao sabor de desafios
encontram caminhos a trilhar
e semeam estrelas em meio à penumbra
e á lu z de uma vela
desbravam selvas nos interiores do bando
Afinal de contas cada um faz parte
de um grande mosaico
construído pelos ventos do Sul
desafiando espalhar-se aos quatro cantos
e timidamente observa o primeiro pássaro
ao céu a voar e lembrar ao vento
as palavras de um poeta e amigos desbravadores...
2 comentários:
Inteligente, coerente, sábio e sucinto. Bonito e explícito. Enfim, gostei muito.
...e simples, como a vida tem que ser, minha homenagem a um amigo que, se as palavras são nossas irmãs, ora elas têm de nos aproximar ao unir expressões para desfigurar a realidade... (e chega de vírgulas rssrs)
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