domingo, 31 de outubro de 2010

Falando em Política...


Hoje, domingo, 31 de outubro de 2010, vimos o Brasil escrever uma página muito importante na sua história. Hoje, elegemos a primeira mulher para presidir o país nos próximos quatro anos. Curiosamente, Dilma Rousseff nasceu um ano após o voto feminino ser obrigatório em nosso país. Firme, convicta de suas idéias e com uma inteligência enorme, a nossa primeira presidente da República terá vários desafios pela frente.

O principal desfio é cumprir suas promessas de campanha. Não foram poucas. Erradicar a pobreza e colocar em prática a reforma tributária é uma promessa delicada, difícil, porém, com boa vontade e com coragem isso pode ser feito. Contrariando o seu rival político, José Serra, Dilma não prometeu nenhum aumento para o salário mínimo. Se rendeu ao silêncio ao invés de prometer algo que dificilmente iria cumprir. O aumento do mínimo que o Serra iria dar era de R$ 90,00 reais, o que representa 18%, ou seja, um aumento considerável com gastos neste sentido. Alguns bilhões.

É importante o aumento do salário mínimo, sim. Não estou dizendo nada ao contrário, porém, isso deve ser feito com responsabilidade e maturidade, pois não adiantaria de nada prometer e não poder cumprir.

Outro desafio importante da nova presidente é adequar o Brasil com a sua "nova" moeda. O real está valorizado e o Ministro da Economia, Guido Mantega, tem feito de tudo para que isso não acontecesse de uma maneira avançada, porém, seus esforços têm sido em vão. A forma de evitar um desconforto no que se refere à economia é adequar o Brasil à nova realidade da valorização de sua moeda. Alternativas novas e atuações diferentes serão passos do governo Dilma logo no primeiro ano. Lembrando que Dilma Rousseff é economista, então, pensar em maneiras racionais justamente em sua área de atuação não deve ser muito difícil à ela e nem para sua equipe que deve ser de nomes fortes e espetaculares.

Quem é Dilma Rousseff? É a pergunta que os líderes internacionais estão se fazendo neste momento. Ninguém conhece a nossa presidente eleita, afinal, quem mostrou o Brasil ao mundo foi o nosso presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujo nome é elevado ao extremo prestígio no cenário internacional. Diplomata nato, Lula pretende viajar com a sua companheira de partido em novembro para a reunião do G-20. Lá, Lula apresentará sua sucessora ao mundo. A pergunta que o principal jornal americano faz, o The New York Times, é a seguinte: "Como será a relação do Brasil com o exterior?" A pergunta deve ser interpretada com aquela malícia política. Com a ignorância dos líderes internacionais sobre o nome de Dilma, fica a desconfiança de como ficará a situação de nosso país no cenário internacional, que, hoje, está muito bem consolidado. Desafio e tanto! Porém, não acredito que isto será difícil, pois, ao mesmo tempo em que o nosso ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, possuía um prestígio internacional enorme, quando deixou o poder, seu sucessor, o humilde torneiro mecânico, da esquerda, tornou-se o presidente brasileiro mais bem sucedido lá fora. Dessa forma, não podemos subestimar a capacidade de "entrosamento" da nossa nova presidente, uma vez que Lula deverá estar sempre ao seu lado.

Dilma sempre discursou a favor da mulheres e esta foi a principal bandeira de sua campanha. Este discurso deu certo e se torna como principal esperança para as mulheres que ainda ganham menos que os homens e desempenham iguais papéis no mercado de trabalho. É difícil este assunto, pois ainda temos uma cultura machista no mercado de trabalho e acabar com essa "cultura" não é bem assim. Porém, acredito que o primeiro passo já foi dado, pois elegemos uma mulher para nos presidir.

Durona e com pulso firme, Dilma tem a difícil tarefa de manter o bom diálogo do Palácio do Planalto com os entes federados que não possuem uma estrelinha vermelha brilhando no poder. Diferente de Lula, que cativou até mesmo José Serra, Dilma não possui a mesma simpatia que o nosso presidente e isso dificulta um pouco as coisas, porém, muito bem assessorada e com a esperteza e inteligência que lhe é peculiar, acredito que este não é um desafio muito complicado.

Em seu primeiro pronunciamento como presidente, Dilma, reafirma suas promessas e de forma humilde estende sua mão à oposição. Um gesto bonito no final de uma campanha exaustiva, estressante e intensa. Emocionada, citou o presidente Lula e disse que ainda irá bater à porta de seu companheiro de partido, talvez, interpretação minha, para pedir ajuda quanto às ações, algumas, de seu futuro governo. Afinal, Lula sai do governo como o mito moderno de um ótimo presidente. Com um discurso de 25 minutos e com um positivismo fascinante, Dilma, serena, tranquila e muito elegante não deixou a humildade de lado e agradeceu a todos os brasileiros por seus mais de 55 milhões de votos e disse, também, "Sim, a mulher pode!"

Em São Paulo, José Serra, logo após o pronunciamento de Dilma, que, aliás, todos nós esperávamos ser o contrário, pois, como de praxe, quem perde a eleição cumprimenta o adversário vencedor antes do pronunciamento do mesmo. Porém, isto não aconteceu, discursou com as principais lideranças do PSDB e reconheceu a vitória da petista nas urnas como sendo a "voz do povo". Ao mesmo tempo, disse que a luta está apenas começando, o que denota o homem oposicionista que será ao governo do PT.

Enfim, muitos desafios à primeira mulher presidente da República Federativa do Brasil e uma enorme expectativa da continuação do bom governo de seu companheiro, Lula. Muita sorte à Dilma. Muito sucesso. Precisamos que ela faça um ótimo governo, pois, assim, seremos brasileiros felizes, digamos assim, pois dependemos do sucesso de seu governo para uma possível felicidade profissional ou pessoal.

Uma observação importante é que Antonio Palocci deverá ser uma espécia de "primeiro Ministro" do governo Dilma. Dotado de uma inteligência absurda, Palocci apareceu ao lado da presidente antes do seu pronunciamento após ter sido eleita e enquanto a mesma discursava, também. A especulação é de que a Casa Civil, antigo posto de Dilma, será dele. Cabe à ela decidir.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

DILMA presidente


Sempre me identifiquei com o Partido dos Trabalhadores. Lembro que quando era criança, usava a estrela do 13 no peito e dizia que seria candidato a qualquer coisa pelo PT. Era pequeno para saber ao certo o que realmente significava um partido político, mas, mesmo assim, me dizia um petista. Porém, com o passar do tempo, percebi que ser petista já não era mais condizente com a minha verdade e decidi me filiar ao PMDB.

Enquanto peemedebista, lutei firmemente a favor da moral política que o partido "prega". Ajudei, com o meu voto, a eleger o Germano Rigotto governador do Estado do Rio Grande do Sul e, sinceramente, não me arrependo. Sempre acreditei no meu partido, o PMDB. Talvez porque meu avô foi um dos fundadores dele na cidade onde nasci e minha família sempre esteve com o PMDB.

Além disso, condenei com a mesma firmeza os escândalos de corrupção no governo Lula e até o seu segundo ano no poder, sinceramente, desacrediva que ele pudesse fazer um bom governo. Hoje, não me arrependo da condenação que fiz, porém, fico constrangido em não ter tido o "tino", o faro para saber que realmente o governo Lula estava mudando o país e mudando para melhor.

Milhões e milhões de empregos, obras federais por todos os lados, empregos especializados com mão de obra técnica e etc. Acredito, sim, que o Lula foi um ótimo presidente e que seu governo ajudou e muito o Brasil e que o reflexo dessa ajuda ficará para sempre.

Hoje, não sou mais peemedebista. Não acredito na moral pregada pelo meu antigo partido. O maior parido do Brasil com cabeças fracas e que não se impõem com uma política ousada e firme. Sempre com suas ações arcaicas, perdidas no tempo, talvez, esperando que o lendário Ulysses Guimarães ressuscite. Não credito no PMDB por suas lideranças mesquinhas e covardes. Por exemplo, o PMDB do RS diz ser diferente do PMDB nacional, mas comparemos, por favor: o candidato ao governo do Estado, José Fogaça, não apoiou o seu próprio partido, pois não apoiou Dilma, cujo vice da chapa é do PMDB.

O Pedro Simon, o José Fogaça e o Germano Rigotto, principais lideranças aqui do Estado até agora não se posicionaram quanto ao segundo turno, ou seja, relutam em apoiar o próprio partido, apoiando a Dilma. Qual o motivo? Covardia e orgulho! No RS a principal batalha política sempre foi entre PMDB e PT, porém, chega um tempo, que isso deve acabar e entender que isso não leva a nada.

Por isso, por acreditar mais no PT, novamente, no belo trabalho do presidente Lula e na gigante capacidade da Dilma é que voto 13! Por desacreditar na política arcaica do PMDB e o seu jeito esquisito de ver as coisas em cima do muro é que me despeço da legenda 15 com a cabeça erguida, pois sei que não perco absolutamente nada!